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Uma vitória que inquieta na Europa

Para certas publicações, como o "Spiegel", a concordância vai continuar na Suíça. swissinfo.ch

Se a imprensa internacional esteve mais interessada nas legislativas polonesas do fim de semana, as eleições suíças também tiveram alguns comentários nos jornais estrangeiros.

Este conteúdo foi publicado em 25. outubro 2007

Esses comentarios são geralmente inquietos com a progressão de um partido "xenófobo" e até "racista" e potencialmente perigoso.

"O populista e xenófobo Blocher ganha na Suíça", afirma em manchete o diário francês Libération. O corresponde na Suíça analisa a estratégia de conquista de Blocher "bastante truculento para a Suíça", mas sobretudo muito habilidoso para "fazer o eleitor medroso esquecer que seu evangelho é xenófobo, mas ele é antes ultra liberal".

O Le Monde, que qualifica a UDC de direita "ultranacionalista", destaca também o papel central do "carismático" Christoph Blocher que, ao longo da campanha "se comportou mais como chefe de partido do que como ministro da Justiça e Polícia". Afirma ainda que a UDC pretende claramente "transgredir os hábitos políticos em vigor".

Le Figaro, também francês, julga Blocher "intuitivo, esperto, sufocante e tranqüilizador". Vê ainda uma "tentação isolacionista" no voto em favor da UDC que "promete tudo e seu contrário".

O diário parisiense lembra, no entanto, que dois terços dos eleitores não votaram na UDC e contestam "a imagem eventual de uma Suíça xenófoba", conscientes do fato que "a economia suíça precisa da imigração e não sobreviveria ao isolamento".

Simplificações

Na Alemanha, a Süddeutsche Zeitung interpreta os resultados como uma vontade de um número crescente de suíços de ter um governo "mais orientado" em lugar da atual "super coalizão de Berna".

Para a Handelsblatt, a polarização crescente não vai acabar com a famosa concordância. "O sistema político suíço é feito, como nenhum outro no mundo, de desconfianças e de possibilidades de correção" da ação de pessoas no poder, lembra o jornal, explicando o sistema de democracia referendária.

O diário de economia de Hamburgo sublinha ainda que a falta crescente de conteúdo no debate político torna-o cada vez mais personalizado. E denuncia as "simplificações provocadoras" de uma campanha amplamente apoiada pelo "agitador verbal" Christoph Blocher.

A Stuttgarter Zeitung, adverte contra os perigos dessa vitória populista. Num país onde "o suíço-alemão é falado nas mesquitas" (sinal de integração da minoria muçulmana), a UDC ainda assim consegue mobilizar falando de ameaça de islamização da sociedade, o que deve ser "uma advertência para a Europa", afirma o jornal.

"Um país normal"

Na Itália, o Corriere della Sera afirma que a Suíça simplesmente voltou a ser "um país normal". Para o jornal, o fosso que separava as regiões lingüísticas está ultrapassado. A Suíça está dividida em dois campos, segundo as cores políticas.

Na Áustria, Die Presse faz uma análise similar. O jornal saúda o vizinho por ter se tornado "um país como os outros" e recusa-se a falar de "coração escuro da Europa", como tinham escrito jornais ingleses antes das eleições. Segundo o diário vienense, a Suíça "está muito longe de uma tomada do poder pela UDC".

O comentário tranqüilizador contrasta com o do espanhol El País, que diz que a vitória de um partido "intolerante e xenófobo" é "inquietante". O Diário de Notícias de Lisboa explica a seus leitores como uma campanha "racista" permitiu essa vitória da direita nacionalista.

swissinfo com agências

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