Um terço dos suíços acredita em teorias conspiratórias
Um novo estudo mostra que cerca de um terço dos suíços tem uma mentalidade que os torna mais propensos a acreditar em teorias conspiratórias. Especialistas advertem que isto aumenta em tempos de incerteza como a Covid-19.
No sábado, várias centenas de pessoas se reuniram na Basileia para protestar contra as medidas contra o coronavírus. Muitas não estavam usando máscaras, desafiando as leis que obrigam o uso de máscaras. De acordo com um repórter do jornal SonntagsZeitungLink externo no local, os manifestantes entoavam slogans ou seguravam cartazes falando sobre como as máscaras causam danos ou são inúteis.
Enquanto muitos manifestantes simplesmente resistem à interferência do governo, alguns acreditam que o coronavírus é uma mentira inventada pela mídia ou pelo governo.
De acordo com um estudoLink externo publicado em setembro, cerca de um terço dos suíços tende a acreditar em tais teorias. Uma equipe de pesquisa liderada por Dirk Baier, chefe do Instituto de Delinquência e Prevenção do Crime da Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique (ZHAW), estudou as ligações entre a probabilidade de acreditar em teorias conspiratórias e o extremismo violento.
A equipe pesquisou mais de 9.000 jovens e 2.000 adultos em 2019 (antes da pandemia) para respostas a perguntas como se existem organizações secretas que têm uma grande influência nas decisões políticas ou se os políticos são marionetes de forças mais poderosas.
O estudo concluiu que um total de 31,4% dos adolescentes e 35,9% dos adultos têm uma mentalidade conspiratória marcada, tornando-os mais propensos a acreditar em teorias conspiratórias. A pesquisa também descobriu que a desconfiança nas instituições e os sentimentos de impotência e insegurança aumentam esta mentalidade.
"Se alguém procura orientação em tempos incertos, as respostas simples - teoria da conspiração - são bem-vindas", disse Baier em uma entrevistaLink externo ao SonntagsZeitung.
Cerca da metade dos participantes do estudo não tinha interesse em se engajar politicamente e acredita que é inútil fazer isso. Baier descobriu que cerca da metade dos participantes do estudo concorda que tudo se tornou mais incerto e que se deve estar preparado para tudo.

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