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Suíça quer mais cooperação com EUA

Franz von Däniken pediu que os EUA não abusem de sua posição no Iraque. Keystone

Apesar das tensões ligadas à guerra no Iraque, a Suíça quer incrementar sua cooperação com os Estados Unidos em política estrangeira.

Este conteúdo foi publicado em 30. abril 2003 minutos

Para tratar disso, o secretário para as Relações Exteriores, Franz von Däniken, esteve esta semana em Washington.

O número dois da diplomacia suíça esteve reunido principalmente com o secretário de Estado adjunto, Richard Armitage para tratar de vários temas de política internacional, do direito humanitário ao Irã e ao Tibet, por exemplo.

Deveres da potência ocupante

Berna condenou a intervenção no Iraque, sem o aval da ONU, e interditou o espaço aéreo aos aviões militares que se destinavam ao Iraque.

Däniken sublinhou a responsabilidade nos EUA quanto ao direito humanitário internacional no Iraque. Como depositária das chamadas Convenções de Genebra, o respeito ao direito humanitário é um dos princípios da política externa suíça.

O diplomata suíço lembrou que Washington, como potência ocupante, deve sobretudo garantir o abastecimento da população iraquiana, restabelecer a ordem, facilitar o trabalho do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e proteger o patrimônio cultural.

Pilhagens pegaram americanos de surpresa

Däniken declarou à agência suíça de notícias ATS, em Washington, que Armitage reconheceu que as pilhagens que ocorreram no Iraque surpreenderam os americanos, mas que os EUA não se condideram potência ocupante porque continuam em guerra no Iraque.

A Suíça está colaborando com a UNESCO para fazer uma lista dos objetos de arte roubados no Iraque e tentar impedir que eles sejam comercializados.

"Apesar do que ocorreu no Iraque e do ambiente de certo anti-americanismo na Suíça, mostrei que queremos e podemos cooperar com os EUA", declarou Däniken à swissinfo.

Cuba, Irã e Tibet

Dois exemplos em que os dois países têm relações de cooperação são Cuba e o Irã. Os EUA não têm relações diplomáticas com ambos e seus interesses são representados pela Suíça. Com o Irã, os contados dos EUA, através da embaixada suíça em Teerã, foram intensificados "desde a guerra no Afeganistão" (também vizinho do Irã), segundo Däniken.

O número dois da diplomacia suíça também abordou a questão do Tibet, invadido pela China desde 1959, e disse que os EUA estão tentando obter a saída de vários opositores do Tibet para a Suíça. Depois da Índia, a Suíça abriga o maior número de refugiados tibetanos.

Däniken também entregou uma carta do presidente suíço Pascal Couchepin, convidando o presidente Bush a participar do Cúpula Mondial sobre a Sociedade da Informação, em dezembro, em Genebra.

Ambos deveriam se encontrar por ocasião da cúpula do G8, em junho, em Evian, perto da fronteira suíça, mas o encontro foi anulada por falta de vaga na agenda de Bush.

swissinfo

Breves

- Suíça lembrou dos deveres da potência ocupante no Iraque, entre eles: restabelecer a ordem, garantir abastecimento da população e proteger bens culturais.

- Suíça representa interesses dos EUA em Cuba e no Irão, países com os quais Washington não tem relações diplomáticas.

- Questão do Tibet, ocupado pela China, também foi abordada. A Suíça tem o maior número de refugiados tibetanos, depois da Índia.

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