Suíça dividida com fracasso de Seattle
O ministro suíço da Economia Pascal Couchepin mostrou-se "decepcionado" com o fracasso "provisório" da Conferência de Seattle. Agricultores, ecologistas e organizações humanitárias se dizem satisfeitos. As negociações vão prosseguir na OMC, em Genebra.
O ministro da Economia e chefe da delegação suíça, Pascal Couchepin, atribuiu aos países do grupo de Cairns, entre eles o Brasil, uma "grande responsabilidade" no fracasso das negociações de Seattle para estabelecer uma agenda para a Rodada do Milênio.
O grupo de Cairns quer a eliminação dos subsídios às exportações de produtos agrícolas antes de qualquer outra negociação. Couchepin espera que as negociações serão retomadas o mais rapidamente possível.
Mas há outras opiniões na Suíça sobre o fracasso de Seattle. A Associação suíça dos pequenos agricultores (VKMB) considera o fracasso "positivo" contra a liberalização "selvagem" e que a "resistência" de milhares de ONGS contra as multinacionais surtiu efeito.
As organizações humanitárias partes da Declaração de Berna afirmam que, "pela primeira vez, a onda da liberalização foi contida" e que o comércio mundial dever servir para "aumentar o bem-estar de todos e não o lucro de alguns". Afirma que, antes de mais nada, é preciso avaliar os efeitos da liberalização.
Outros analistas suíços atribuem o fracasso da Conferência de Seattle ao ambiente pré-eleitoral nos Estados Unidos, que não pemitiria ao presidente Clinton ter uma posição mais firme devido o poder eleitoral dos sindicatos e ONGS americanos.
Outros analistas afirmam que a OMC foi sacudida pela sociedade civil, através das manifestações, e que as ONGS tendem a ter, doravante, um papel importante na OMC, em Genebra.

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