O ex-presidente da CBF e o ainda presidente de honra da Fifa, João Havelange, receberam 21 milhões de francos suíços de propina, entre 1990 e 1998, para direitos de transmissão da Copa do Mundo.

Agora as coisas estão claras. Houve realmente muita corrupção e “enriquecimento ilícito” no caso da falência da empresa ISL, empresa marketing da Fifa que comercializava os direitos de transmissão das Copas do Mundo. Ricardo Teixeira e João Havelange receberam, juntos, 21,9 milhões de francos suíços (R$ 45 milhões) em propina por transmissões de jogos.  

Depois de anos de embate jurídico, com oposição da Fifa à divulgação do caso e ultimamente dos advogados de Ricardo Teixeira e de João Havelange, o Supremo Tribunal suíço ordenou quarta-feira (11) a divulgação do julgamento do Tribunal de Zug (Suíça central), que investigou o caso pois é nessa cidade que estava sediada a ISL, que faliu em 2001, com uma dívida de aproximadamente 300 milhões de dólares.

As transferências de dinheiro pago aos dois brasileiros fora, feitas de 1990 a 1998 através da empresa Sanud (12,74 milhões de francos suíços) ligada a Ricardo Teixeira e que também surgiu na CPI do Senado brasileiro, e da Renford Investments Ltd,  (5 milhões de francos) ligada a Havelange e Ricardo Teixeira. A partir de 1999, outra empresa do grupo ISL pagou ainda à Renford mas 2,465 milhões de francos suíços.

Quando o Tribunal de Zug encerrou as investigações, ficou acertado que os nomes dos envolvidos não seriam divulgados, porque eles teriam devolvido o dinheiro. Quatro jornais suíços e a BBC entraram com uma ação na justiça para a publicação do tribunal.

A Fifa também se opunha à divulgação, mas, pressionado, o presidente Joseph Blatter, acabou aceitando a publicação. Em dezembro de 2011, os advogados de Teixeira e Havelange recorreram ao Supremo Tribunal Suíço que, quarta-feira, ordenou a publicação considerada como de “interesse público”.

João Havelange presidiu a Fifa durante 24 anos e entregou o cargo ao suíço Joseph Blatter, eleito em 1998 no Congresso da Fifa, em Paris. Nesse mesmo congresso, João Havelange foi nomeado presidente de honra da Fifa.

Durante a presidência de Havelange, Blatter era Secretário-Geral da Fifa, cargo que corresponde ao número dois da máxima entidade do futebol mundial, hoje ocupado pelo francês Jerome Valcke.

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