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Dia Mundial da Cruz Vermelha: 8 de maio

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Por ocasião do Dia Mundial da Cruz Vermelha, os jornalistas Luiz Amaral e Janos Lengyel explicam o funcionamento dessa famosa entidade baseada em Genebra em um programa transmitido em 1971 para os ouvintes da antiga Rádio Suíça Internacional (RSI).

Este conteúdo foi publicado em 08. maio 2018 minutos

A ideia da Cruz VermelhaLink externo surgiu na mente de Henri Dunant em 8 de junho de 1859, no norte da Itália, quando da Batalha de Solferino. Depois de presenciar os horrores da guerra escreveu o livro Recordações de Solferino, publicado em 1862, propondo soluções para o problema: sociedades nacionais de socorro e conclusão de convênios. 'Uma ideia maravilhosa' diz Jacques Moreillon esta de colocar o homem acima 'de todas as outras coisas.'

Com a realização de uma conferência internacional, em Genebra, o ano de 1863 foi decisivo para a fundação da Cruz Vermelha. Os 16 países participantes lançaram as bases de uma assistência mais segura e neutra aos feridos nos conflitos. Um ano depois, um convênio assinado em Genebra, visando amenizar o sofrimento dos militares feridos na luta, foi ratificado por 50 países. Entre as atividades da Cruz Vermelha: assistência aos feridos nos campos de batalha além de socorrer vítimas de bombardeios, civis e militares; intercâmbio de prisioneiros; busca de desaparecidos

Visitando prisões, os delegados verificam se os detidos são tratados corretamente. Em casos de catástrofes naturais, a Cruz Vermelha também entra em ação proporcionando roupas, remédios e abrigos provisórios. Participa também de combate à fome e epidemias e presta socorros de urgência em dispensários.

Quanto ao funcionamento, se o Comitê Internacional (CICR - CICV) realiza atividades de 'cúpula' (orientação política), é a Liga das Sociedades da Cruz Vermelha que entra em ação, lembra Janos Lengyel. A Liga é a federação de todas as sociedades do ramo: Lua Crescente Vermelha, Leão e Sol Vermelhos. Na época, 113 sociedades nacionais integravam a Liga, com 224 milhões de aderentes.

Entre os requisitos para entrar na Liga: reconhecimento pelo CICV e pelos respectivos governos, através de ratificação ou assinatura da Convenção de Genebra. A Liga foi fundada em 5 de maio de 1919, por iniciativa de Henry P. Davison, no sentido de coordenar e intensificar o esforço fornecido durante a Primeira Grande Guerra em benefício dos prisioneiros e combatentes.

No pós-guerra, predominaram preocupações com saúde pública das populações sacrificadas. A direção da Liga é formada pelo Conselho dos Governadores, integrado por um representante de cada Sociedade. O secretariado permanente está sediado em Genebra e compõe-se de um setor socorros de urgência, administração geral e informação, setor operacional, etc. Trata sempre de questões de interesse geral para as Sociedades. As realizações da Cruz Vermelha são inúmeras.

No ano de 1970, foram inauguradas duas novas delegações regionais: em Iaundê e Addis Abeba. Nesse ano, um fato marcante foi o fim da guerra na Nigéria, a viagem de uma delegação na Amazônia, em visita aos índios do Brasil, com participação de médicos da Holanda, Alemanha e Suécia. Na Ásia foram visitados prisioneiros em Hong Kong, Filipinas, Indonésia, Vietnã e Laos. Assinala-se também a árdua assistência aos refugiados vietnamitas no Camboja.

O CICV interveio ainda na Coréia do Norte para libertar 39 pessoas de um avião sequestrado. Na Europa, voltou sua atenção para prisioneiros políticos na Grécia. Assinalem-se ainda intervenções em Aden, Síria, Jordânia, no conflito arabo-israelense para assistir prisioneiros ou libertar reféns. Por fim, são citados elogios de personalidades mundiais relativos à Cruz Vermelha Internacional, como U Thant, John F. Kennedy, Indira Gandhi, Romain Roland, Albert Scheizer, Paul-Henri Spaak.

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