Navigation

Satélite europeu pode decifrar nossas origens

O satélite Integral deve aclarar as origens da vida The Integral satellite is expected to shed new light on the origins of life (picture: http://root.cern.ch)

Cientistas de Genebra divulgaram detalhes sobre missão espacial que vai tentar desvendar alguns dos maiores mistérios do universo.

Este conteúdo foi publicado em 12. abril 2002 minutos

O Satélite "Integral" - INTErnational Gamma Ray Astrophysiscs Laboratory (laboratório internacional de astrofísica de raios gama ) - a ser lançado dia 17 de outubro, é elemento básico de estratégia da Agência Espacial Européia (ESA) visando a descobrir o que está por trás do sistema solar.

Parte integrante desse projeto é o "Centre de calculs Intégral Science (ou Integral Science Data Centre - ISDC), em Versoix, arredores de Genebra. Ali, a informação reunida por esse satélite de 4 toneladas será analisada e divulgada, graças a software especialmente aperfeiçoado no Centro.

Interface

"Estamos prontos para o lançamento", diz Thierry Courvoisier, chefe do ISCD, ramo do Observatório de Genebra que é parte da Universidade de mesma cidade. Courvoisier descreve esse centro como interface entre satélite e a comunidade científica de modo geral.

"Esse é um domínio do espectro em que as observações têm sido poucas e raras e estamos ansiosos por preencher a lacuna", frisou o cientista a swissinfo. "Esperamos que Integral contribua muito à astrofísica de alta energia".

Há enorme excitação em torno de missão de Integral, pois ele vai empregar um leque de imagens e espectroscopia jamais realizado. Instrumentos tão potentes são necessários porque ele estudará raios gama - um "subproduto" dos mais violentos acontecimentos no universo.

Extremo

"Integral (International Gamma Ray Astrophysics) deve levar-nos a um extremo - colisão de galáxias e morte de estrelas - em que enormes quantidades de energia são liberadas", observou David Southwood, diretor da área de ciência da ESA.

Os fenômenos que Integral estudará, como buracos negros, quasares e explosões de raios gama, são por natureza lugares inóspitos para a vida. Paradoxalmente, porém, espera-se que a informação coletada esclareça nossas origens.

"Isso nos permitirá ver como se formaram os elementos que produzem vida", disse Southwood a swissinfo. "Poderemos ter uma visão global sem riscos".

O estudo dos raios gama não fornecerá aos cientistas todo o quadro. Outras fontes de energia - raios-x e luz ótica normal - precisam ser estudadas para preencher lacunas. Por isso mesmo há 4 importantes instrumentos a bordo do satélite.

Contexto

Dois devem estudar os raios gama: IBIS é engenho de alta resolução de imagem que tirará fotos desses raios gama; o SPI é um espectômetro que desestrutura a imagem e ajuda a determinar suas origens.

Mas haverá também dois monitores de raios-x e um telescópio, no sentido de contextuar as descobertas de raios gama.

"Os fenômenos físicos que emitem esses raios gama nem sempre são fáceis de descobrir", destacou Courvoisier. "Eles produzem apenas <assinaturas> amplas". Você só pode esperar compreendê-los se dispuser de vasta série de fotos à disposição".

Esforço europeu

Integral é sinal de crescente confiança no programa espacial europeu. A NASA estava inicialmente envolvida no projeto - devia fornecer o espectômetro - mas resolveu sair. ESA optou por permanecer no projeto.

"Decidimos ir em frente mesmo quando os norte-americanos abandonaram o projeto lembra Southwood. Os Europeus se uniram para realizar algo fundamentalmente importante para nossa civilização".

VAle acrescentar que um importante contribuinte externo é a Rússia que vai lançar o satélite a bordo de seu foguete Próton - em troca de acesso a dados coletados.

swissinfo / Roy Probert

Em conformidade com os padrões da JTI

Em conformidade com os padrões da JTI

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Os comentários do artigo foram desativados. Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch

Partilhar este artigo

Modificar sua senha

Você quer realmente deletar seu perfil?