Questão gay divide os suíços
Na Suíça a controvérsia está armada quando apenas começam consultas para definir a situação jurídica dos casais homossexuais. As referências na Europa são a França e países escandinavos. Mas as posições variam muito da esquerda às direita...
Na Suíça, nota-se unanimidade quanto à necessidade de corrigir discriminação de que sofrem casais homossexuais. Em momento em que o Ministério da Justiça lança consulta sobre a maneira de resolver a questão gay, todos os partidos políticos, a exemplo do que acontece na opinião pública, admitem ser preciso adaptações em particular no que diz respeito aos impostos e à herança. Os palpites divergem completamente quando se trata de apontar meios de realizar uma igualdade prevista na Constituição.
Quanto a posição dos partidos políticos, ela vai de um extremo a outro. Socialistas e Verdes aceitam até o casamento de pessoas do mesmo sexo. Os radicais (direita) são favoráveis a "uma parceria registrada", próxima do casamento. O Partido Democrata Cristão (centro direita) e o Partido Popular Suíço (Schweizerische Volkspartei, "direita dura") são muito mais reticentes. Os primeiros não vêem necessidade de medidas urgentes. Os segundos consideram urgente somente a solução do problema da herança.
Já a igreja católica se opõe a toda iniciativa de instauração de um casamento homossexual. A igreja protestante é pela melhora da situação jurídica por exemplo quanto à carteira de residência do parceiro estrangeiro, mas também rejeita o casamento gay.
Resta que para a associação gay suíça, Pink Cross, só uma legislação que autorize o casamento ou o registro de parceria permitiria suprimir as desigualdades. A Organização das Lésbicas Suíças (LOS) estima que o direito ao casamento devia independer do sexo, da idade e da capacidade de fundar família. Critica o relatório do Ministéerio da Justiça pelo fato de excluir para homossexuais o direito de adoção de crianças ou de recorrer à procriação assistida por médico.
Note-se que nesta questão gay a oposição mais forte vem de uma pequena agremiação política, o Partido Cristão Conservador que considera a homossexualidade uma "patologia nevrótica". (gb)

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