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Projeto de lei sobre cinema atinge Hollywood

A ministra da Cultura, Ruth Dreifuss, defende o projeto mas não convenceu os senadores Keystone

Senado suíço debateu, dia 20/3, controvertido projeto destinado a garantir a diversidade de oferta de filmes nas salas do país, punindo com multa infração à norma. Empresários do ramo estimam que a medida defendida pela ministra da Cultura Ruth Dreifuss - foto - é contraproducente, antiliberal e pouco inteligente. Na Suíça 80% dos filmes são norte-americanos...

Este conteúdo foi publicado em 21. março 2001 minutos

A Suíça, à imagem do que acontece na Europa e na grande maioria dos países, o cinema americano "made in Hollywood" deixa pouquíssimo espaço a outras cinematografias. No entanto, os "países do Sul" representam mais da metade da produção mundial.

A força do cinema americano vem dos recursos maiores de que dispõe do fato de "rentabilizar" a produção apenas com as projeções no próprio país e principalmente do grande investimento em marketing, que pode ultrapassar somas despendidas na realização do filme.

O projeto de lei suíço, se for pra frente, deve quebrar o quase monopólio do mercado cinematográfico pelos filmes americanos, fazendo respeitar maior diversidade no ramo, sob a ameaça de multa, calculada em função do número dos ingressos anuais vendidos. O público teria então uma escolha maior que abarcasse todos os continentes.

Os empresários do setor vêm reagindo com vigor a essa iniciativa. Consideram que os primeiros prejudicados seriam as pequenas salas e os espectadores de cidades interioranas. Estimam que nas cidades de certo porte a oferta já é suficientemente diversificada. Acham também que não é função do Estado imiscuir-se nesse setor.

Mas como escreve o jornal "Le Matin", de Lausanne, a proposta tem um mérito reconhecido por todos: "A lei suíça vigora há mais de 40 anos, precisa de uma revisão mais adaptada às evoluções técnicas e à paisagem mediatico-cultural de hoje".

Resta que, sendo bom ou ruim, o projeto tem outro mérito: alimentar o debate sobre um certo imperialismo do cinema americano no mundo.

Na sua formulação atual, o projeto desagradou ao Senado que o reenviou ao governo. Dentro de uns seis meses a discussão das novas medidas será na Câmara dos Deputados.

J. Gabriel Barbosa

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