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Presidente angolano na mira da Justiça

Indiciamento de J. Eduardo dos Santos precisa de provas Keystone Archive

No "affair" da venda de armas francesas a Angola, a Justiça suíça envereda em pistas que poderiam levar a indiciamento do presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Este conteúdo foi publicado em 04. abril 2002 - 14:21

No cenário do "Angolagate", Jean-Christophe Mitterrand (filho do ex-presidente francês) faz figura de peixinho. De que é acusado? De ter retirado em Genebra 1 milhão e 800 mil dólares por parte do comerciante de armas Pierre Falcone. Mas o tráfico diz respeito a 633 milhões de dólares em armas vendidas a Angola entre 1993 e 1994.

Suíça na mira

Rapidamente, a Justiça francesa voltou-se para Suíça. Por que a maior parte dos protagonistas do caso tem contas em bancos à beira do Lago Leman (ou Lago de Genebra).

É o caso de Pierre Falcone, "marchand" de armas, que beneficiou-se de carteira de residência no cantão (estado) de Vaud, cuja capital é Lausanne. Caso também do escritor Paul-Loup Sulitzer, de Jean-Christophe Mitterrand ou ainda de Jacques Attali, ex-conselhereiro do falecido presidente François Mitterrand.

Conta CO-101436 muito utilizada

No âmbito desse "affair", desde 1999, o juiz genebrino Daniel Devaud não se contentou em executar as comissões rogatórias francesas. Ele abriu suas próprias informações judiciárias.

Em março, o magistrado bloqueou 700 milhões de dólares no banco UBS (o maior do País), correspondente a uma parte da dívida de Angola com a Rússia.

Descobriu depois que dos 773 milhões de dólares que deveriam ter chegado nos cofres russos, apenas 161 milhões foram depositados em Moscou. Descobriu também que várias pessoas utilizaram a conta CO-101436, aberta pela empresa Abalone Investment Limited no UBS de Genebra.

Falcone testa-de-ferro

Elísio Figueiredo, embaixador de Angola na França ter-se-ia beneficiado de 18.8 milhões de dólares. E o banqueiro russo, Vitali Malkine, haveria herdado 48.8 milhões.

Mais grave é que o presidente José Eduardo dos Santos poderia estar igualmente envolvido no caso, por intermédio de Pierre Falcone e de empresas de direito panamenho como Darmal, Camparal e Tutoral.

O jornal "Le Monde" de terça-feira 3 de abril anunciou que o juiz suíço Daniel Devaud desejaria indiciar Falcone por "lavagem de dinheiro".

Preso um ano na França - de dezembro 2000 a dezembro 2001 - Pierre Falcone dispõe ainda - teoricamente - de uma carteira de residência anual em Lausanne.

swissinfo/Ian Hamel

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