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Pintor suíço mora e se inspira na Bahia

Periferia V, óleo sobre tela (2001). swissinfo.ch

Georges Rechberger não faz outra coisa que pintar. De três anos para cá, a única coisa que pinta são as favelas e é claro que são mais bonitas em seus quadros do que na realidade.

Este conteúdo foi publicado em 04. março 2003 minutos

Ele já ganhou prêmio na Bahia mas todo ano vem rever os amigos e expor na Suíça.

"Eu já nem sou meio baiano mas quase inteiro" afirma Georges Rechberger, pintor suíço radicado em Salvador desde 1987. Ele morou no Chile e na Argentina mas achou tudo meio parecido com a Europa, inclusive o sul do Brasil.

O tema das favelas

"Alguém tinha me falado de Salvador e quando cheguei lá encontrei uma luz, um contraste tão grande, um clima e um ambiente ideais para o artista", explica Rechberger a swissinfo.

Ele veio passar dois meses na Suíça e organizar uma exposição, como faz todo ano (de 15 de março a 13 de abril, na Galeria Michel, em Bienne).

Até pouco tempo atrás, o artista suíço trabalhava mas nunca havia exposto na Bahia. Começou no ano passado e ganhou um dos prêmios da VI Bienal do Recôncavo, com a tela Favela XVIII.

Georges Rechberger pinta por temas exclusivos, dependendo da época. Já passou dois anos pintando temas da Amazônia mas há três anos dedica-se a pintar favelas.

"O que me interessa são as fachadas, o aspecto arquitetônico e colorido", explica o artista, que já pintou mais de uma centena de quadros de favelas, em óleo.

Suíços compram

"Até agora, não achei outro tema com tantas variações e mais fascinante do que esse". Como técnica de trabalho, Rechberger desenha, fotografa e filma antes de pintar.

"Antes de expor na Bahia, as pessoas me perguntavam o que eu estava pintando para tal ou tal exposição. Quando dizia que meu tema era favelas, elas estranhavam, acho que não gostam muito, embora seja a realidade", explica o artista suíço. "Depois, quando viram a exposição, gostaram e compraram."

Na Suíça também há interesse pelo trabalho atual de Rechberger. Na última exposição em seu país, ele vendeu 35 dos 40 quadros expostos, todos com o tema das favelas.

"Acho que é porque é novidade", afirma o artista. "Primeiro porque não existem favelas e segundo porque, logicamente, não existe pintura sobre favelas".

swissinfo/Claudinê Gonçalves

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