O novo ministro: Hans-Rudolf Merz
Além de Christoph Blocher, mais um parlamentar foi eleito ontem ministro pelo Parlamento suíço: Hans-Rudolf Merz, senador do Partido Radical Democrático (PRD).
O consultor de empresas conhece o mundo e é especializado em assuntos financeiros.
Ele normalmente recusava-se a entrar no circo da política: Hans-Rudolf Merz, 61 anos, três filhos, levou alguns anos até aceitar a candidatura para o Parlamento. Em 1997, enfim, ele foi eleito senador pelo Partido Radical Democrático. Ontem seus colegas do Parlamento suíço o elegeram para o posto mais importante do poder executivo na Suíça: ministro do governo federal.
Merz define-se como alguém próximo do povo, porém também das altas esferas do mercado financeiro. O novo ministro é versátil. Como especialista em finanças, Merz transformou-se numa personagem importante na política suíça. Como antigo maratonista, ele também é uma espécie de “solucionador” de problemas.
Especialista em finanças
Hans-Rudolf Merz nasceu em 10 de novembro de 1942 em Herisau, a capital do cantão de língua alemã Appenzell Ausserrhoden (AR). Seu pai era dono de uma fábrica de produtos têxteis.
Merz concluiu seus estudos na Universidade de St. Gallen, especializando-se em finanças. Seu doutorado foi sobre o tema “plebiscitos populares sobre assuntos financeiros”.
Entre 1969 e 1974, o político trabalhou como secretário da seção de St. Gallen do Partido Radical Democrático (PRD). Nos anos 70, Merz presidiu também o conselho popular de Herisau, sua cidade-natal.
Há vinte anos Hans-Rudolf Merz trabalha como consultor de empresas atuando, sobretudo, como “head-hunter” de executivos para empresas na Europa, América do Norte e do Sul, África do Sul e países árabes.
Do cantão para o Parlamento
Em 1996, Merz esteve no centro de um episódio marcante para o cantão de Appenzell Ausserrhoden: como consultor de empresas ele ajudou na venda do quase falido banco cantonal para o banco UBS. Dessa forma Merz ajudou a salvar as finanças do governo estadual.
Em 1997, Merz foi eleito senador. Assim iniciou-se sua segunda carreira: político no Parlamento federal.
Através do carisma e da boa oratória, Merz logo se transformou numa figura tarimbada de programas jornalísticos da TV suíça como o conhecido “Arena”, onde ele cumpria o papel de político “integro”, “incorruptível” e “sensato”. Merz próprio se define como um “conservador que fala uma língua, compreendida tanto pelos empresários como pelo povo”.
Apesar da sua proximidade dos círculos econômicos, Merz é cético em relação à União Européia. Ele presidiu a comissão de finanças no Senado Federal e foi integrante da comissão de relações externas e política de segurança, tendo tido a fama de conhecer à fundo os temas que tratava.
Merz recusa ser qualificado de um político de direita. Ele prefere ser visto como um “liberal” e “tolerante”, que defende pontos de vista sólidos em questões de economia e finanças.
Cortes, cortes e cortes
Em 2002, Merz foi um dos críticos mais veementes da “Fundação da Solidariedade”, uma proposta governamental de utilizar parte dos recursos da venda de 1.300 toneladas de ouro do Banco Central Suíço para financiar organizações caritativas. Em plebiscito popular, os suíços disseram “não” à proposta.
No mesmo ano, Merz também foi contrário à realização da Expo.02, uma exposição temática sobre a Suíça, que custou milhares aos cofres públicos. Ao mesmo tempo, o político protestou contra a ajuda do governo à Swiss, a sucessora da companhia aérea suíça Swissair, cujas finanças ainda estão cambaleantes. Por essa e outras posições, Hans-Rudolf Merz é considerado um arraigado poupador.
Como é comum na Suíça, Merz não resume suas atividades somente a política. Juntamente com o seu mandato, ele preside os conselhos de administração de diferentes empresas como a Helvetia-Patria e Anova Holding, além de fazer parte dos conselhos de administração da Huber & Suhner, Herisau, SIG e Schaffhausen.
swissinfo, Alexander Thoele e agências

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