Navigation

O "panteão genebrino" de Vieira de Mello

Keystone

O prestigioso cemitério que serve de última morada ao ex-alto comissário da ONU, Sérgio Vieira de Mello, era no início uma área destinada às vítimas da peste, em Genebra.

Este conteúdo foi publicado em 28. agosto 2003

Nas últimas décadas tornou-se um local reservado a personalidades suíças e estrangeiras, passando a ser chamado de “Panteão Genebrino”.

Esse local do cemitério de Plainpalais, que se estende por uma superfície de 28.000 m2, em pleno centro de Genebra, transformou-se muito desde o século XV. Hoje é chamado até de “Cemitério dos Reis”. Indevidamente. Os “reis”, no caso, não passavam de pessoas coroadas por um dia, por ocasião de um concurso anual de tiros. O rei era, obviamente, o melhor no gatilho.

Área de passeios e piqueniques

Sérgio Viera de Mello será mesmo assim em companhia de gente famosa, como Jorge Luis Borges, Sofia Dostoievski e o reformador protestante, Calvino. Daí a sua denominação de “Panteão Genebrino”.

Um panteão em que os mortos ilustres tem seus túmulos espalhados por um parque tranqüilo, onde os genebrinos buscam calma e sombra, debaixo de árvores centenárias. O local é também muito apreciado para passeios e piqueniques, esquecidos de que se encontrem em um cemitério que tem toda a aparência de um simples parque.

Esse oásis de paz para vivos e mortos não tem nada a ver com seu aspecto precedente. No século XV, as autoridades de Genebra construíram nessa desprezada área “extra-muros” – e o mais longe possível das zonas habitadas – um hospital para vítimas da peste. E ao lado do hospital eram enterrados os que sucumbiam à temível enfermidade.

"Vaidade das vaidades..."

Depois da Reforma, foram fechados, em Genebra, os cemitérios em volta das igrejas paroquiais, e o de Plainpalais passou a ser o único utilizado pelos genebrinos. No século XIX passa a ser propriedade da cidade. Mas desde 1883, exige-se uma concessão, mais cara que nos outros cemitérios, para enterro no local.

E nas últimas décadas, como lembra o site oficial da cidade de Genebra, "aí só podem ser enterrados magistrados e personalidades marcantes, que contribuíram pela própria vida e atividade à irradiação de Genebra".

Sendo este o critério, o ex-alto comissário dos Direitos Humanos merece seu espaço nesse panteão, em que uma lápide de um túmulo vem lembrar, porém, a célebre frase do Eclesiastes: "vaidade das vaidades, tudo é vaidade".

swissinfo, J.Gabriel Barbosa

Em conformidade com os padrões da JTI

Em conformidade com os padrões da JTI

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Os comentários do artigo foram desativados. Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch

Ordenar por

Modificar sua senha

Você quer realmente deletar seu perfil?

Não foi possível salvar sua assinatura. Por favor, tente novamente.
Quase terminado… Nós precisamos confirmar o seu endereço e-mail. Para finalizar o processo de inscrição, clique por favor no link do e-mail enviado por nós há pouco

Os artigos mais importantes da semana

Mantenha-se atualizado com as melhores artigos da swissinfo.ch sobre uma variedade de temas, recebendo o boletim diretamente na sua caixa postal.

Semanalmente

A política de privacidade da SRG SSR oferece informações adicionais sobre o processamento de dados.