Novo diretor assume na OMC
O neozelandês Mike Moore, 50 anos, assumiu dia 1° por três anos a direção da Organização Mundial do Comércio, em Genebra. Sob sua direção será iniciada em novembro a Rodada do Milênio, as mais amplas negociações comerciais de todos os tempos.
A OMC é uma espécie de polícia do comércio mundial. Todas as grandes negociações tem de respeitar as suas regras e todos os conflitos de interesses entre países são arbitrados na OMC. Ela é a única instituição internacional que tem um verdadeiro poder supranacional para administrar interesses divergentes e suas decisões são respeitadas pelos 134 países membros.
Um dos grandes problemas que Mike Moore diz que pretende enfrentar é justamente permitir uma melhor participação dos países pobres. As negociações na OMC são muito complexas e a maioria dos países membros não tem recursos para acompanhá-las e defender seus interesses.
Essas divergências são muitas e vão se acirrar ainda mais a partir de novembro, quando será lançada a Rodada do Milênio, as mais amplas negociação sobre a liberalização do comércio mundial.
Mais de 140 propostas foram feitas até aqui e não há acordo em nenhum dos setores a serem negociados: serviços, agricultura, investimentos estrangeiros, concorrência, comércio eletrônico, etc.
A agricultura, a proteção do meio ambiente e a chamada cláusula social estão entre os pontos mais delicados. Na agricultura, há grandes divergências entre Estados Unidos e União Eurpéia mas também entre os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos.
Os países em desenvolvimento também desconfiam da inclusão da proteção do meio ambiente e da proteção social nos acordos comerciais, considerando que poderiam ser utilizadas como protecionismo para impedir o acesso de seus produtos aos ricos mercados do hemisfério norte e dificultar seu próprio desenvolvimento.
As divergências foram reveladas inclusive, e pela primeira vez, na eleição de Mike Moore para a direção da OMC. O mandato "normal" era de 4 anos mas ele foi eleito, com apoio dos Estados Unidos e de vários países europeus, por apenas 3 anos e será sucedido, também por 3 anos, pelo tailandês Supachai Panitchpakdi, apoiado pelos asiáticos e pela maioria dos países em desenvolvimento.

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