Novas pressões da UE contra o sigilo bancário
Para lutar contra a evasão fiscal a União Européia exige troca de informações. A Suíça se opõe. Ministros das Finanças da UE, reunidos em Madri, voltam a lamentar essa atitude.
A União Européia perde somas fabulosas em função da evasão fiscal praticada pelos seus cidadãos que escondem suas fortunas em bancos suíços. A UE insiste em que a Suíça aceite troca de informações imediatas para lutar contra uma prática que considera crime.
Obstáculo
Pela lei Suíça, só é crime a escroqueria (fraude) não a evasão fiscal. E no sentido de defender o sigilo bancário, de que é muito ciosa, a Suíça se nega a fornecer ajuda mútua administrativa e judiciária em caso de simples evasão que burle o fisco.
O tema vem sendo um dos principais obstáculos na segunda série de negociações que a Suíça realiza com a UE no sentido de compensar o isolamento do País - "Bilaterais bis".
"Intransigência"
Reunidos em Madri, os ministros das Finanças da União adotaram um texto que apreseenta um balanço do debate sobre a questão. No documento, que transmitiram à Conferência de Cúpula em Sevilha, os ministros se dizem muito preocupados com uma atitude que consideram intransigente.
Esperam que a Suíça deixe de insistir sobre sua própria solução - um imposto na fonte que preserve o sigilo bancário.
Sistema suíço
Segundo o sistema em vigor na Suíça, os bancos deduzem para o fisco 35% sobre rendas e dividendos dos capitais sob sua gestão. Mas esse sistema não se aplica a contas de estrangeiros residentes fora do país. Uma maneira de atrair capitais. E também não identifica os donos das contas bancárias.
Uma crítica feita ao sistema vigente na Suíça é de que facilitasse lavagem de dinheiro, mesmo depois de adoção pela Suíça de legislação severa sobre a questão.
Alguns especialistas duvidam que a Suíça possa resistir muito tempo às pressões da União Européia.
O último encontro entre Suiça e União Européia para debater o assunto aconteceu dia 18, em Berna. O desacordo foi total.
swissinfo com agências.

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