Setembro de 2009. Manifestação em Bogotá para comemorar o massacre, um ano antes, de onze jovens das favelas mortos pelo exército que os apresentava como guerrilheiros. Luca Zanetti
A quatro horas de marcha da estrada mais próxima, em plena floresta, o promotor Gustavo Duke, da unidade de direitos humanos do Ministério Público de Medellin, vai exumar os restos de um homem morto em 1997 pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Luca Zanetti
Em Balboa, o funcionário do Ministério Público se instala na capela do cemitério. Ele recolhe o depoimento de Luis Aguilara Lara, cujo irmão foi morto por paramilitares em 1966. Luca Zanetti
Em uma colina perdida a duas da estrada mais próxima, o legista delimita a cena do crime antes de fazer a exumação do corpo de Toro Quintero, em presença da mãe da vítima. A cabeça do rapaz não foi encontrada. Testemunhas viram os assassinos jogarem futebol com a cabeça. Luca Zanetti
Ofelia de Jesus estava presente dia 12 de junho de 1998, quando o exército raptou 14 ou 15 mineiros de Rio Nare, mortos no dia seguinte. Luca Zanetti
Uma chuteira. Foi por esse detalhe que a viúva de Benjamin Bustamante reconheceu os restos de seu marido, depois de 12 anos de incerteza. Dia 10 de novembro de 1997, dia em que desapareceu, ele ia jogar futebol. As Farc lhe deram um outro destino. Luca Zanetti
Na entrada do cemitério de San Luis, a família dos irmãos Montoya acabam de assistir à exumação das vítimas para a identificação através de um teste ADN. Luca Zanetti
O filho de Manuel Esteban Hernandez segura a foto de seu pai desaparecido. Nas buscas no local onde ele poderia ter sido morto só foram encontrados ossos de animais. As buscas continuam. Luca Zanetti
O lençol em que estava envolto o corpo decapitado de Toro Quintero. Luca Zanetti
Nos cemitérios colombianos, os restos enterrados sem nome terminam frequentemente nos ossários, quando falta lugar. Isso complica ainda mais as buscas dos desaparecidos. Luca Zanetti
No cemitério de Carmen De Atrato, os legistas acabam de examinar esse esqueleto sem nome. O teste ADN talvez permita identificá-lo. Luca Zanetti
A equipe da unidade de direitos humanos do Ministério Público de Medellin é formada de um promotor, um médico legista, um fotógrafo, um topógrafo, um investigar e um especialista em balística. Na foto estão dois dos membros da equipe no cemitério de Balboa. Luca Zanetti
No cemitério de San Luis, mostra-se às famílias roupas e objetos encontrados nos cadáveres. No entanto, reconhecer uma joia serve apenas para orientar as buscas. A lei colombiana só admite com provas as impressões dentárias, digitais ou os testes ADN. Luca Zanetti
Em Medellin, lava-se as roupas das vítimas e tiram fotos que serão colocadas na internet para facilitar as pré-identificações. Luca Zanetti
No cemitério de San Luis, o pai dos irmãos Montoya leva os supostos restos mortais de um de seus filhos para a perua dos legistas, que farão um teste de identificação ADN. Em geral, as famílias esperam ainda pelo menos um ano para que os restos lhes sejam entregues. Luca Zanetti
A família precisa liberar rapidamente os restos mortais de Benjamin Bustamante. Apesar da chuteira, será necessário fazer o teste ADN, cuja probabilidade de acerto é de 99,999%. Luca Zanetti
No laboratório de Medellin, os legistas trabalham em centenas de casos. As estimativas vão até 50 mil cadáveres de vítimas da guerra civil ainda enterrados em toda a Colômbia, em túmulos sem nome ou em qualquer outro lugar. Luca Zanetti
As famílias dos mineiros de Rio Nare, mortos pelo exército em 1988, assistem à exumação. A mulher ao centro, de óculos, é Martha Elena Gutierrez Chaverra. Um filho dela de 15 anos estava entre as vítimas. Ela lutou durante vinte anos para obter essa triste justiça. Luca Zanetti
Em busca dos horrores da guerra civil.
Este conteúdo foi publicado em 17. agosto 2011 - 14:21
O fotógrafo suíço Luca Zanetti acompanhou uma equipe de legistas à procura de milhares de desaparecidos em quase meio século de guerra civil na Colômbia. Entre 2008 e 2010, foram resgatados os restos mortais de mais de 350 vítimas, dispersos nos lugares mais longínquos do país.
Certas famílias esperaram mais de 20 anos para poderem chorar por seus parentes. Muitas ainda deverão esperar muito tempo para saber a verdade e, eventualmente, obter justiça.
O fotógrafo suíço obteve o Prêmio Federal de Design 2010 com essa série de fotos.
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