Minas ainda fazem uma vítima a cada 20 minutos
Há progressos na luta conta as minas antipessoais mas muito ainda está por fazer. Três anos do Tratado de Otawa, proibindo as minas, começou nesta segunda-feira, em Genebra, uma nova Conferência para fazer um balanço da aplicação do Tratado.
O Tratato de Otawa, proibiu a fabricação, o comércio e o uso de minas antipessoais entrou em vigor em março de 1999 mas as "armas do pobre", como são conhecidas, continuam a ser utilizadas em 20 conflitos por 11 governos e 30 grupos armados.
O relatório da Campanha internacional contra as minas, divulgado em Genebra por ocasião da Conferência aberta segunda-feira, constata que houve "progressos importantes" mas que muito ainda resta a fazer. A cada 20 minutos, a explosão de uma mina causa mais uma vítima em 71 países.
Até agora, 101 países ratificaram o Tratado de Otawa, entre eles a Suíça, e 138 são signatários mas ainda não o ratificaram. Entre os resultados concretos do Tratado, o comércio de minas praticamente cessou, segundo o relatório da Campanha internacional. O numero de países produtores caiu de 54 para 16 e mais de 22 milhões de minas estocadas foram destruidas em quase 50 países.
Mais de 200 milhões de dólares foram doados no ano passado para os programas contra as minas, um terço a mais que em 98. A Suíça contribuiu com 5,8 milhões, principalmente para os programas de desminagem nos três países mais afetados pelos campos de minas, Bósnia, Camboja e Moçambique.
"É mais fácil medir um progresso técnico do que a felicidade de uma vítima", afirma Elisabeth Reusse-Durcrey, coordenadora da Campanha suíça, que reúne quase 50 ONGs ativas nessa área. Ela acha que mais recursos estão sendo aplicados mais na pesquisa técnica para detecção de minas do que na ajuda direta às vítimas.
Segundo o relatório divulgado em Genebra, ainda existem 250 milhões de minas estocadas em 105 países. Os três estoques mais importantes seriam os da China (110 milhões), Rússia (70 milhões) e Estados Unidos (11 milhões). Uma das grandes lacunas do Tratado de Otawa é justamente o fato desses três países terem se recusado a assiná-lo até agora.
swissinfo com agências.

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