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Iraque: o passado suíça do opositor Ahmad Chalabi

O banqueiro iraquiano Ahmad Chalabi poderá ser o sucessor de Saddam Hussein. Keystone Archive

Para a sucessão de Saddam Hussein, Ahmad Chalabi é o favorito dos EUA. Porém, além contestado no Iraque, ele ainda tem um passado suíço contestável.

Este conteúdo foi publicado em 10. abril 2003 minutos

O banco "Mebco", que Chalabi dirigia em Genebra, foi fechado em 1989 pela Comissão Federal de Bancos.

Em abril de 1989, um artigo do jornal "24 Heures" anuncia o encerramento das atividades do banco libanês "Mebco", com sede em Genebra. A informação passa quase despercebida.

Trata-se apenas de um pequeno estabelecimento, que emprega pouco mais de trinta funcionários. Seu balanço não indica um faturamento maior do que 100 milhões de francos suíços.

A única informação suscetível de interessar os consumidores é o fato do Mebco ser um dos três estabelecimentos financeiros na Suíça com o poder de emitir cartas de crédito da empresa americana Visa.

O Mebco é controlado pelo Middle East Banking Corporation de Beirute, no Líbano, organização que pertence à família de Chalabi.

Não existe nada que inculpe esse banco. Porém a Comissão Federal de Bancos (CFB) na Suíça baseia sua decisão de fechar a instituição com base em análises que revelam uma má organização, problemas de liquidez e uma contabilidade que deixa a desejar.

O mais grave é que o Mebco teria dado créditos desproporcionais em relação aos seus próprios fundos.

Chabali ainda possui outros bancos

Alguns meses mais tarde, é a vez da sociedade financeira "Socofi" em Genebra de apresentar grandes dificuldades. A instituição também pertence à família de Chalabi.

Essa rica família iraquiana, com domicílio no Líbano, afirma publicamente que as dificuldades financeiras devem-se ao conflito no Iraque.

Isso não impede que, em setembro de 2000, durante o processo de falência do Socofi, dois irmãos de Ahmad Chalabi (Hazem e Jawad) são condenados na Suíça à seis meses de prisão com direito à sursis por "falsidade ideológica".

O jornal suíço "Le Temps" conta na sua edição de quarta-feira que essa falência arruinou centenas de poupadores e deixou um buraco de 140 milhões de francos.

Ahmad Chalabi, o chefe do Congresso Nacional Iraquiano, foi também condenado a 22 anos de prisão na Jordânia pelo seu envolvimento na falência do banco Petra Bank, ligado ao Mebco e à sociedade financeira Socofi.

O erro de Saddam Hussein

As acusações levantadas contra a família de Chalabi são quase sempre as mesmas. Graças aos seus estabelecimentos financeiros, a família emprestava dinheiro às instituições financeiras...que lhe pertenciam.

Segundo o jornal "Le Temps", em cindo anos o Socofi teria emprestado 88 milhões francos aos Chalabi. Essa soma foi dada sem garantias.

Essa rica família iraquiana dá, obviamente, uma outra versão dos fatos. Todo o mal causado veio da pressão exercida pelo regime de Saddam Hussein.

Já em 1991, a família Chalabi justificava o fechamento de sua usina de beneficiamento de lixo em Moudon, no cantão de Vaud, através da guerra civil no Iraque.

swissinfo, Ian Hamel,
tradução de Alexander Thoele

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