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Suíça apresenta sua nova estratégia de relações exteriores

O ministro suíço das Relações Exterior, Ignazio Cassis, apresentou recentemente o projeto de relações externas da Suíça até 2028. Nele, a economia tem um papel importante. Thomas Kern/swissinfo.ch

O governo suíço elaborou uma nova estratégia para as relações exteriores até 2028. No projeto apresentado pelo ministro Ignazio Cassis, estão os grandes desafios do futuro: digitalização, migração e o debate sobre a adesão à União Europeia.

Este conteúdo foi publicado em 19. agosto 2019
Anna Miller, swissinfo.ch

O que é que se passa?

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Ignazio Cassis, membro do Conselho Federal (n.r.: corpo de sete ministros que governa o país) e ministro das Relações Exteriores (EDA, na sigla em alemão), quer dar um novo impulso à política externa. Para isso criou um grupo de trabalho no final de 2018 e deu-lhes  a tarefa de elaborar uma "Visão de política externa para a Suíça em 2028" (Avis28Link externo).

Por que a Suíça precisa de uma "visão"?

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Questões como digitalização, mudança climática, deslocação do poder geopolítico, aumento das tensões geopolíticas, conflitos comerciais, movimentos migratórios e a consequente perda de confiança na política, provocam mudanças e têm um impacto sobre a Suíça, argumenta o ministério suíço das Relações Exteriores.

O governo considera que o mundo se torna mais duro, fragmentado, complicado e difícil de prever. Para a Suíça significa que a situação do país não depende mais só da sua própria gestão, mas também de fatores externos. A Suíça deve agir mais fortemente a partir de uma posição claramente definida e se apresentar unida frente ao mundo. Assim quer estar preparada para os futuros desafios. Ao mesmo tempo, sem perder oportunidades na nova ordem global.

Quais são os objetivos concretos?

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A nova estratégia de relações externas focalizou seis áreas: interesses e valores da Suíça, política externa, papel da economia, envolvimento da população, ênfase na ajuda ao desenvolvimento e na migração, digitalização como uma prioridade estabelecida e uma relação clara com a União Europeia.

Segundo essa nova "visão", a política externa suíça segue prioridades temáticas e regionais. As políticas externa e interna estão estreitamente interligadas e pontos fortes do país são "os serviços prestados aos cidadãos e cooperação estreita com a economia suíça". O acesso ao mercado para as empresas suíças é uma prioridade.

Quais são as estratégias consideradas "polêmicas"?

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Dois pontos complicados é a economia e as relações com a União Europeia. O ministro Cassis é visto pelos seus críticosLink externo como um político próximo do empresariado. Eles lembram que o grupo de trabalho responsável pelo projeto "Visão de Política Externa 2028" contou com a participação de dois altos funcionários das empresas SwissRe (seguradora) e da ABB (tecnologia). E consideram que a política externa da Suíça está demasiadamente orientada aos interesses desses grupos econômicos. O jornal de esquerda WOZ alerta contra "visões perigosasLink externo", demasiadamente unilaterais. Todavia Cassis recebe elogios da direita por "colocar a Suíça em primeiro lugar", ou seja, concentrar os esforços nos interesses genuinamente suíços.

No que respeita à adesão da Suíça e as relações com a União Europeia, a nova estratégia se baseia na premissa: "Sim, para o relacionamento; não, para um casamento". Em Bruxelas, onde está o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu, os dirigentes continuam abertos às negociações de acordos bilaterais. Todavia a margem de manobra da Suíça nas negociações diminuiu nos últimos anos. Cassis luta pela "melhor integração econômica ao bloco, mas mantendo o máximo de soberania."

O que há de novo?

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Os observadores dizem que Cassis pode não ter reinventado a roda, mas fez uma mudança de paradigma ao determinar que os interesses suíços devem guiar a estratégia de cooperação ao desenvolvimento. Em relação à migração, a Suíça deve continuar a cultivar a tradição humanitária, mas também ter em mente sua "importância estratégica". A esquerda teme que o país possa adotar uma política de migração mais restritiva no futuro.

Até que ponto a nova estratégia será adotada?

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O documento está sendo discutido atualmente na mídia e no mundo político, mas não foi ainda adotado. A cultura política do país - a democracia direta e sua localização geográfica no centro da Europa - oferece oportunidades, mas também estabelece limites. No entanto, a visão de Cassis não é apenas um balão de ensaio, pois, na prática já ajudou a dar uma nova direção à cooperação para o desenvolvimento.

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