Navigation

Grandes diferenças entre os dois candidatos

Timor entra na ONU após muitos anos de luta pela independência. RTS

Mundos separam a Suíça do Timor Leste, os mais recentes candidatos a uma cadeira na Assembléia Geral das Nações Unidas. Porém nos trabalhos diários, os dois países terão o mesmo peso.

Este conteúdo foi publicado em 06. setembro 2002 minutos

Os dois países aderem ao mesmo tempo.

A Suíça terá sua adesão oficializada no dia 10 de setembro. Logo depois, no dia 27, o Timor-Leste assume também uma cadeira. Para a ONU, trata-se de um momento simbólico: com exceção do Vaticano, todos os países do mundo fazem parte das Nações Unidas.

Timor Leste e Suíça terão, cada um, um voto na Assembléia Geral. Também os dois poderão dar sua opinião dentro do Conselho de Segurança da ONU. Porém suas diferentes realidades políticas e econômicas acabam distanciando esses dois países.

Contrastes

Enquanto a Suíça é uma democracia com mais de 700 anos de história e alguns períodos de ocupação, Timor-Leste tem apenas quatro meses e é um dos países mais pobres da Ásia.

O diplomata brasileiro Sergio Vieira de Mello que, até a declaração de independência do Timor Leste, era o chefe da administração transitória da ONU e recentemente tornou-se Alto Comissário de Direitos Humanos em Genebra, compara os dois países e fala até sobre uma "coincidência feliz".

O sangrento conflito ocorrido no Timor-Leste em 1999, logo depois da realização de um plebiscito popular reinvidicando a independência do país, deixou cicatrizes. Através da intervenção da ONU, que reorganizou as bases de governo no país, uma relativa estabilidade voltou a imperar. Porém, com a independência, surgem alguns problemas que exigem soluções à longo prazo.

"Conseguimos reconstruir, a partir do zero, as instituições democráticas no país", explica Vieira de Mello em entrevista à swissinfo. "Apesar desse primeiro passo, Timor Leste ainda necessitará durante muitos anos do apoio internacional".

Preocupações econômicas

Apesar do otimismo inicial, a situação de Timor Leste ainda é vista com grande preocupação. "Existe uma grande necessidade de ajuda ao desenvolvimento a longo prazo", ressalta Pascal Rouget, membro da Associação Biblio-Lorosae, com sede em Genebra, e responsável pela construção de uma biblioteca publica em Bacau, segunda maior cidade de Timor Leste.

Segundo Rouget, a situação econômica piorou muito depois que as Nações Unidas abandonaram o país. "Muitas pessoas perderam seus empregos. Talvez a maioria tenha ficado feliz com a independência, mas existem muitos que ate dizem ter sido a ocupação da Indonésia melhor do que a situação atual", revela Rouget.

Apesar de Timor Leste, uma meia ilha, ter uma agricultura capaz de alimentar sua população, não existem indústrias com capacidade de criar empregos. Grandes reservas de gás na costa sul acabaram provocando um conflito com a Austrália e o turismo, que poderá tornar-se uma importante fonte de receitas, ainda precisa de muitos investimentos para que um mínimo de infra-estrutura possa ser oferecido.

Em conformidade com os padrões da JTI

Em conformidade com os padrões da JTI

Mostrar mais: Certificação JTI para a SWI swissinfo.ch

Os comentários do artigo foram desativados. Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!

Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch

Partilhar este artigo

Modificar sua senha

Você quer realmente deletar seu perfil?