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Por falta de recursos quase 25% da população não vão ao médico

Um em cada quatro suíços decidiram não fazer tratamento médico no ano passado por falta de dinheiro. É o que constatou uma pesquisa encomendada pelo governo federal.

Este conteúdo foi publicado em 04. agosto 2017 - 17:00
swissinfo.ch, Blick/cg
Para bastante gente ir ao médico é muito caro. Keystone


A Suíça tinha a reputação de ter um sistema de saúde caro, mas bom, e acessível a todos. Tinha, porque essa imagem começa a ser desmentida. 

Um estudo, realizado em linha pelo Observatório Suíço da Saúde (Obsan) para o governo federal e publicado na quinta-feira pelo jornal Blick, colocou a Suíça em segundo lugar atrás dos Estados Unidos em termos de pessoas que não podiam se dar ao luxo de consultar um médico. O tratamento odontológico, que também é muito caro, não foi incluído na pesquisa.

Em comparação com outros países, disse o Blick, pacientes na Suíça pagam uma grande parte do custo dos próprios medicamentos. A pesquisa descobriu que quase uma em cada 11 pessoas não tomou seus medicamentos prescritos ou não manteve a dose prescrita por razões financeiras. Quase 10% não foram para consultas de acompanhamento.

O seguro de saúde é obrigatório na Suíça e inclui remédios prescritos por um médico. No entanto, muitas pessoas para pagar mensalidades menores têm uma franquia muito alta. Se não houver hospitalização, essas pessoas acabam pagando consultas e remédios do próprio bolso.

No total, 22,5% dos entrevistados disseram que não foram ao médico por razões de custo. Isso se compara a pouco mais de 10% em 2010, quando a última pesquisa foi realizada.

Os mais afetados são estrangeiros e pessoas com baixa renda. Para os estrangeiros, a porcentagem de não acesso à saúde aumento 30% em relação a 2010.

"As pessoas cuja renda está abaixo da média já estavam associadas a um maior risco de não buscar tratamento por razões de custo em 2010. O risco agora é maior", diz o estudo.

Reações

SantésuisseLink externo, a associação de companhias de seguros de saúde, disse que não buscar atendimento médico acaba custando mais ao sistema de saúde suíço .Margrit Kessler, presidente da AssociaLink externoção dos Pacientes Suíços, concorda. Ela disse ao Blick que, se as pessoas não vão ao médico a tempo, sua saúde poderia sofrer e estaria sujeita a tratamentos mais caros.

Kessler diz ainda que achou os números do estudo "alarmantes", especialmente porque muitas pessoas optaram por uma franquia mais alta (montante pago pelo paciente antes do reembolso pela companhia de seguros) para economizar em nas mensalidades do seguro de saúde.

economista da saúde Stefan FelderLink externo disse ao jornal que, em comparação  internacional, todos ainda tinham bom acesso aos serviços de saúde. As pessoas mais pobres são, em média, mais afetadas por doenças, mas "ainda estão medicamente bem providas".

As pessoas deveriam reagir ao aumento acentuado dos prêmios dos seguros de saúde e dizer que os serviços de saúde se tornaram muito caros, acrescentou Felder.

Clémence Merçay, do instituto de pesquisa Obsan, observou que as pessoas podem ter se expressado mais livremente online do que por telefone (como para a pesquisa de 2010). Pode ter sido que os pesquisados também se referiam a doenças menores e check-ups.

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