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Estudo confirma divisão entre suíços

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O fosso que separa as duas principais culturas da Suíça - a de língua alemã e a de língua francesa - alargou-se nos últimos anos. É o que confirma estudo que analisa resultados de votações nos últimos 20 anos de que falam os jornais Le Temps de Genebra e Tages Anzeiger de Zurique (25/7).

Este conteúdo foi publicado em 25. julho 2001 minutos

Na Suíça, grosso modo, os suíços alemães são mais de 70 por cento da população, os de idioma francês quase 20 por cento, os de língua italiana 10 por cento. A quarta língua oficial, o romanche, é falada por cerca de 0,5% por cento da população, uma faixa de umas 50 mil pessoas.

A imprensa suíça fala com freqüência com ironia, gozação ou seriedade do Röstigraben (lit. o fosso do Rösti - prato típico suíço alemão, à base de batata). Isso ocorre principalmente por ocasião das votações, que acontecem pelo menos 3 vezes por ano no país em que vigora o sistema de democracia direta. (Até para autorizar abertura de uma rua ou a construção de uma ponte pode-se recorrer ao sufrágio popular).

A base latina da cultura suíço-francesa contrasta muito com a base cultural germânica dos suíços alemães com reflexo evidentes na maneira de ver as coisas e na vida cotidiana.

Nos anos 80 já se notava uma fratura no que diz respeito a questões ecológicos entre as duas regiões. O estudo publicado por 2 pesquisadores da Universidade de Zurique (Michael Hermann e Heiri Leuthold) aponta essa fratura e assinala outra, a de caráter político, confirmando uma dependência crescente dos suíços franceses em relação à "metrópole" Zurique.

O estudo passa ao pente fino votações em dezenas de comunas de 1981 a 2000. E como escreve o Le Temps: "Se nos anos 80, as divergências eram principalmente de sobre questões ecológicas, nos últimos dez anos a Suíça Romande (de língua francesa) desliza-se para a esquerda e a Suíça Alemânica para a direita... A primeira para um Estado-providência, a segunda para um Estado-policial, favorável à economia".

O jornal acrescenta que particularismos regionais "cederam lugar à língua como quadro essencial das orientações políticas".

O estudo constata uma dominação política e econômica dos mais fortes (numericamente) sobre uma minoria lingüística. E conclui que "o poder de atração" de Zurique deverá fomentar ainda mais as desigualdades realçadas.

J.Gabriel Barbosa

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