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Empresa mostra Montreux em filme 3D

Philippe Nicolet (à esquerda), com Ian Gillan, cantor do Deep Purple. Rock também em 3D. NVP

Montreux já é uma cidade conhecida no mundo inteiro pelos amantes de música por causa de seu festival.

Este conteúdo foi publicado em 01. agosto 2010 minutos

Agora, por ocasião da Cúpula da Francofonia (de 22 a 24 de outubro), o Ministério das Relações Exteriores divulga um filme em 3D sobre a cidade, aliando tradições e tecnologias de ponta.

Os narcisos que contribuíram para o renome de Montreux na Bela Época parecem sair da tela. Um pouco depois, são os navios a vapor do Lago Léman com suas bielas que aparecem entre os olhos, a majestade dos Alpes que parecem tão próximos para serem tocados, ou as estátuas dos músicos de jazz e a Freddie Mercury que piscam os olhos na beira do lago.

Mesmo para a quem a conhece bem, a região aparece com um outro relevo, dado pelo diretor Philippe Nicolet nesse pequeno filme de dez minutos. Ele será acrescentado ao catálogo da NVP, sua produtora. Ela reivindica o estatuto de pioneira mundial em vídeo 3D na Internet.

Em setembro de 2007, a empresa lançou Léman 3D, primeiro sítio a divulgar filmes em três dimensões acessíveis a todos os tipos de tela.

O princípio é tão antigo quanto a fotografia: uma câmera com duas objetivas filma duas imagens que correspondem ao que cada um dos nossos olhos vê. Basta um par de óculos a prisma, avatar moderno do velho estereoscópio (leia na coluna à direita), para que os dois olhos vejam uma só imagem, em relevo.

Produtora

Para Philippe Nicolet, a imagem é uma paixão. Descoberta durante seus estudos nos Estados Unidos, a vídeo o acompanhou durante sua carreira de repórter no jornal 24 Horas, de Lausanne (oeste). Inclusive em 1991, a Fundação pela Criação Artística do estado de Vaud o recompensou por seu trabalho de “pioneiro da vídeo”.


Dois anos depois, ele tornou-se o primeiro redator-chefe da televisão local TVRL e fundou a produtora NVP, cujas reportagens passam frequentemente em vários canais de televisão, inclusive na CNN.

Rock em relevo

A passagem para o 3D foi feita naturalmente. “Meu pai já fazia fotos em relevo e o 3D acrescenta indiscutivelmente algo mais. Se você filme um concerto, por exemplo, o espectador se vê no palco, com o nariz na bateria, junto com os músicos”, explica Philippe Nicolet.

O exemplo não é escolhido por acaso. Guitarrista nas horas vagas, o diretor encontrou-se recentemente com Steve Howe, “o meu Beethoven”, como qualifica o guitarrista virtuose do Yes. Foi assim que o grupo britânico foi o primeiro da história a ter um filme em 3D.

O fato foi muito falado em Londres, de onde veio um outro grupo mítico: Deep Purple, também filmado em 3D quando de sua recente passagem pelo festival de Nyon, oeste da Suíça. “Esse tipo de filme vai certamente se multiplicar, prevê Nicolet, “mesmo se o prazer de ver os músicos ao vivo é inigualável.”

"Bem-vindo a Montreux"

A primavera europeia foi portanto rica para a NVP, que recebeu ao mesmo tempo uma primeira encomenda do Ministério das Relações Exteriores (DFAE) para a Cúpula da Francofonia em Montreux, em outubro.

Em 2008, Nicolet e sua equipe já havia recebido um prêmio da televisão suíça de língua francesa (TSR), por um filme sobre a Jornada Internacional da Francofia de Hanoi, Vietnã.

Bem-vindo a Montreux não tem a mesma ambição, pois é um filme promocional para a região. A câmera passeia pelas paisagens suntuosas e que fizeram a fama de Montreux em mais de um século de turismo. O filme também mostra o Learning Center da Escola Politécnica Federal de Lausanne, ícone da arquitetura moderna de autoria dos arquitetos japoneses
Kazuyo Sejima et Ryue Nishizawa.

Cores múltiplas

“Claro que sim, é um cartão postal e tinha que ser assim mesmo”, afirma Jean-Philppe Jutzi, coordenador do centro de imprensa da Cúpula da Francofonia. “Não queríamos um perfil da Suíça e sim um filme que mostra ao grande público o que uma região tem a oferecer o que ela pode fazer para acolher grandes eventos internacionais.”

E como a língua francesa tem muitas cores, Nicolet mostrou um espectro de sotaques que vai da genebrina e ministra das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey, ao francês perfeitamente acadêmico de Adama Samassékou, ex-ministra da Educação do Mali e presidente da Academia Africana de Línguas, passando pelo francês do Quebec canadense até o puro sotaque do Cantão de Vaud, na entrevista de um produtor de queijo de montanha.

O filme foi enviado a todas as embaixadas e consulados suíços no estrangeiro por ocasião da festa nacional de 1° de agosto. E, claro, será projetado nos hotéis em que ficarão hospedados os participantes da Cúpula da Francofonia. Philippe Nicole tem certeza que a revolução 3D está em marcha. E em Montreux, todos verão os narcisos saírem da tela.

Marc-André Miserez, swissinfo.ch
(Adaptação: Claudinê Gonçalves)

O 3D, tão antigo quanto a fotografia

Até mais aintigo300 anos antes de Cristo, Euclide já havia compreendido que os dois olhos não vêm exatamente a mesma coisa e que é a união das duas imagens no cérebro que cria a visão em relevo.

No Renascimento, Leonardo da Vinci descreveu essas diferenças entre a visão de um objeto pelo olho esquerdo e pelo olho direito. Um século mais tarde, Jacopo Chimenti os pintou. Mas ainda faltava a esses precursores o objeto que permite fundir duas imagens planas e uma em relevo. Esse objeto é o estereóscopo, que permite a “visão do volume”. O engenho foi brevetado pelo físico inglês
Charles Wheatstone em 1838, um ano antes que
Louis Jacques Mandé Daguerre registre o seu, considerado como o ato de nascimento da fotografia.

O estereóscopo parece um par de binóculos, munido de dois espelhos, nos quais observa-se desejos colocados nas duas extremidades e cuja superposição produz uma imagem em relevo.

Era o “ máximo” no século 19Em 1840, Wheatstone pede a seu compatriota William Henry Fox Talbot, concorrente de Daguerre e inventor do negativo fotográfico, de visionar seus clichês com seu estereóscopo. É o começo de um casamento de sucesso que vai durar até a Bela Époque, até perdeu interesse frente a concorrência do cinema.

Em movimento. Nos últimos anos observa-se a explosão do cinema 3D, procedimento muito tempo reservado a pequenos projetos e parques de diversões. As projeções modernas continuam a exigir óculos especiais, ,mas o uso prolongado parece suportável. Ultimamente, surgem também os aparelhos de televisão em 3D, mas os programas em 3D ainda são raros.

Sem óculos. A próxima etapa já começou. É a tela autoestereoscópica, baseada na técnica de cartões postais em relevo. Por enquanto as telas são pequenas e o expectador tem de estar exatamente em frente da tela para ver o efeito. Isso significa que os óculos ainda serão usados durante um bom tempo.


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