Política de deportação questionada após suicídio de requerente de asilo
Cerca de 500 pessoas manifestaram em Genebra na quinta-feira para expressar raiva e tristeza depois que um requerente de asilo afegão de 18 anos tirou sua própria vida na semana passada. Ele tinha acabado de ser informado de que seria deportado da Suíça.
Os manifestantes, muitos deles jovens requerentes de asilo, gritaram sua raiva em frente à sede do escritório da assistência social de Genebra. "Na Suíça: injustiça!" e "Refugiados: solidariedade!" cantou a multidão, segundo relatos da agência suíça de notícias Keystone-SDA.
O diretor do escritório da assistência social, Christophe Girod, falou à multidão, criticando as decisões administrativas tomadas em nível federal que não consideravam situações pessoais.
Vários oradores no protesto criticaram a decisão da Secretaria de Estado para as Migrações (SEM) de enviar o jovem afegão de volta à Grécia. A decisão havia sido confirmada pelo Tribunal Administrativo Federal. Eles disseram que as autoridades deveriam ter levado em conta o risco suicida que o jovem candidato apresentou.
Estresse pós-traumático
Na quarta-feira, o governo de Genebra expressou sua frustração com a decisão, que, segundo ele, "põe em perigo a vida e a saúde das pessoas que foram detidas, quando se encontram em uma situação clinicamente comprovada de sofrimento psicológico".
Segundo várias reportagens da mídia, o jovem afegão, chamado Alireza, chegou à Suíça na primavera de 2021, após uma jornada difícil. Ele entrou na Europa via Grécia, onde supostamente sofreu abusos em um campo de refugiados.
Ao chegar na Suíça, ele ficou no Foyer de l'Etoile em Genebra, que acolhe jovens menores desacompanhados e jovens adultos. Os médicos na Suíça indicaram que ele sofria de estresse pós-traumático.

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