O maior site de leilões do mundo, utiliza a Suíça como plataforma para incrementar suas atividades mundiais e o crescimento fora dos Estados Unidos.

Berna é a capital onde a eBay tem seu quartel-general para operações internacionais. Para o executivo-chefe Nick Stahayeff, ela é o centro do mundo.

"Absolutamente. Nosso quartel-general para atividades internacionais está sediado em Berna desde 1999. Isso significa que as decisões sobre a estratégia da nossa empresa e outras decisões estratégicas são tomadas daqui", declara Nick Stahayeff à swissinfo.

Quando o executivo fala "aqui" ele está se referindo ao discreto prédio comercial localizado frente ao Museu da Comunicação. A palavra "comunicação" é certamente apropriada para uma companhia que adquiriu a popular rede de telefonia por Internet Skype em outubro de 2005.

Mas por que vir a Berna, uma cidade que muitos chamariam de a mais monótona das capitais européias? Stahayeff defende a escolha afirmando que a Suíça, e especialmente Berna, têm um número de atributos positivos.

"Suíça e Berna, as duas, têm uma mão-de-obra multinacional, o que nos possibilita encontrar colaboradores com um estupendo conhecimento lingüístico e de grande sensibilidade cultural".

Multiétnico

"Em Berna, as pessoas estão habituadas a lidar com todos os tipos de nacionalidades, são muito flexíveis e, como resultado, se torna um ótimo lugar para encontrarmos pessoas qualificadas e motivadas, que se adaptam bem ao trabalho em uma organização internacional", explica.

A sede da empresa em Berna tem três principais funções: administrar os negócios "vibrantes" na Suíça realizados através do site eBay.ch, assim como se ocupando das operações administrativas e operacionais da eBay International.

A equipe de 100 funcionários inclui pessoas com formação em marketing ou técnica, contabilistas, profissionais dos recursos humanos assim como especialistas em direito contratual e propriedade intelectual.

"E, naturalmente, temos também especialistas em finanças...pessoas que estão habituadas a administrar o portfólio dos nossos diversos negócios espalhados pelo mundo, que dispõem de profundos conhecimentos analíticos e são capazes de utilizá-los para prever a direção que os negócios vão tomar e mover ou alocar nossos recursos de acordo com as mudanças. Trata-se de um grupo bem variado de colaboradores", avalia

A eBay está convencida que as transações comerciais através da Internet têm um futuro brilhante.

"Acreditamos firmemente no crescimento contínuo e ativo do e-commerce. Essa crença é apoiada na análise feita por vários institutos independentes e estudada por nós e outras pessoas envolvidas nesse negocio".

"Sempre existirá um lugar para todos os tipos de atividades de varejo, sejam elas na área de consumo, de business to business ou consumidor-consumidor", comenta Stahayeff.

Sem frutas ou vegetais

Porém existem itens que dificilmente poderão ser vendidos através da Internet com algum sucesso. Frutas e vegetais são um exemplo de produtos que nunca serão vendidos no site da eBay.

"Vários países tentaram entrar pesado no comércio de produtos comestíveis através da Internet. Em alguns casos isso funciona e em outros, não. Eu também penso que teremos alguns setores onde você o crescimento não será desmedido, porém outros que este ocorrerá gradualmente num longo espaço de tempo", acrescenta.

eBay tem vários leiloes fascinantes na sua curta história, incluindo a do carro que diziam pertencer ao Papa Benedito XVI quando ele ainda era o cardeal Josef Ratzinger, a dos primeiros bilhetes do novo avião Airbus A380 colocado em leilão pela Singapura Airlines e encontros de almoços com o investidor bilionário Warren Buffet.

Stahayeff também está por dentro do esquema de leiloes promovido pela sua empresa. Uma vez até vasculhou o site para encontrar um item relacionado à "independência" e "americano" como presente para alguém que estava celebrando o 50o ano de independência da sua companhia.

"Eu naveguei por todos os sites eBay no mundo e acabei comprando um calendário que celebrava os 200 anos de independência americana em Willisau, na parte central da Suíça. Eu achei fascinante a idéia".

swissinfo, Robert Brookes

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