Desemprego é maior entre os jovens
Em agosto, pela primeira vez desde o início deste ano, a taxa de desemprego aumentou na Suíça. E os jovens são os mais atingidos.
A retomada do crescimeto da economia reduziu principalmente o desemprego parcial.
«De acordo com nossos especialistas, a conjuntura é boa mas os efeitos sobre o mercado de trabalho demoram", explica Rita Baldegger, porta-voz da Secretaria Federal de Economia (SECO).
Ela reagia à publicação das estatísticas do desemprego em agosto, em alta pela primeira vez este ano. No total, 145.923 estavam desempregadas, o que representa 3,7% da população ativa.
Apesar da boa conjuntura e das carteiras de encomendas estarem cheias, as empresas ainda hesitam a contratar. As principais razões são a instabilidade atual dos mercados internacionais e a queda dos investimentos públicos na construção.
Redução do desemprego parcial
A notícia positiva é que "a maioria das empresas reduzem bastante o desemprego parcial", afirma Rita Baldegger. Isso significa que as empresas estão produzindo mais mas aproveitam primeiro a mão-de-obra de que já dispunham.
O número de empresas que recorrem ao desemprego parcial para não despedirem seus funcionários caiu de 317 (em julho) para 205 (em agosto).
O problema dos jovens
O maior problema, portando, é o desemprego dos jovens. "Atualmente, muitos terminam seus estudos e chegam ao mercado de trabalho", afirma a porta-voz da Seco.
Isso explica o fato da taxa de desemprego passou de 4,6 para 5,3%, na faixa etária de 15 a 24 anos. Para a faixa de 20 a 24 anos, a taxa chega a 6%, ou seja, mais de 30 mil jovens estão desempregados.
Para Jean-Luc Nordmann, chefe da divisão do trabalho da Seco, essa situação é insatisfatória mesmo se, em comparação internacional, o mercado de trabalho na Suíça ainda consegue absorver muita mão-de-obra nova.
Ele cita como exemplo que entre 53 e 60 mil jovens que terminaram seus estudos este ano encontraram emprego.
Esperança para o futuro
Para os que estão desempregados, a SECO propõe uma série de medidas para ajudá-los a encontrar o primeiro emprego e reduzir o período considerado transitório.
"Existem dois tipos de programa de ocupação, segundo Rita Baldegger. Um é o estágio em empresas, pago pelo seguro-desemprego, e que chegar à integração definitiva. Outro são cursos apropriados aos jovens para integrá-los ao mercado de tranbalho".
Apelo às empresas e autoridades
No entanto, os dados publicados pela SECO são considerados "chocantes" pela União Sindical Suíça (USS), um dos maiores do país.
Peter Siegrist, secretário para a juventude e a formação na USS, critica o fato do crescimento da economia não ter melhorado ainda a situação dos jovens no mercado de trabalho.
«Medidas urgentes são necessárias nas empresas e pelas autoridades", afirma.
Para ele, as empresas devem dar a possibilidade aos jovens de colocar em prática os conhecimentos que adquiriram durante a formação. Para as autoridades, ele reivindica "ateliês pedagógicos" a nível nacional.
Retomada em 2005
Um coisa é certa: o desemprego não vai diminuir antes do ano que vem, sempre devido causas sazonais. Haverá uma nova turma de jovens formadas e, ao mesmo tempo, uma queda no setores da construção e do turismo.
"Se a conjuntura continuar nesse rítimo, a taxa de desemprego deverá oscilar entre 2,8% e 3,2% em 2005, conclui, confiante, a porta-voz da SECO, Rita Baldegger.
swissinfo
Fatos
Taxa de desemprego agostode 2004: 3,8%
Taxa de desemprego em janeiro de 2004: 4,3%
Taxa de desemprego de jovens (15-24 ans) em agosto: 5,3%
79,3% dos desempregos encontram trabalho no mesmo ano.
Breves
- Em janeiro, a taxa de desemprego na Suíça foi de 4.3%. Depois de ter melhorado, o desemprego volta a subir devido causas sazonais.
- Por isso, os especialistas da SECO revisaram as expectativas do desemprego para cima (3,8%) este ano.
- Devido as variações sazonais e as particularidades do mercado de trabalho suíço, o país tem uma taxa de desemprego inferior à dos países vizinhos.

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