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Suíça se prepara para uma onda de imigrantes clandestinos

Nos primeiros seis meses deste ano, 85 mil refugiados do norte da África chegaram à Itália. Keystone

A Suíça está fortalecendo a presença da polícia na fronteira sul do país, antecipando um aumento de refugiados que tentam chegar à Alemanha e ao norte da Europa durante o verão europeu. Além disso, o governo não descartou a possibilidade de pagamentos adicionais para a União Europeia.

Este conteúdo foi publicado em 03. julho 2017 minutos
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O verão é a temporada das férias. Mas para dezenas de milhares de pessoas que fogem de seus países devido a conflitos ou pobreza, o verão é o melhor momento para viajar para a Europa. Nos últimos dias, mais de 12 mil pessoas chegaram à Itália.

"Estamos sob pressão e exigimos uma verdadeira cooperação europeia", disse o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni. A Itália é particularmente vulnerável e ameaçou fechar seus portos para embarcações migratórias que navegam com bandeira estrangeira. Nos primeiros seis meses do ano, 85 mil pessoas chegaram à Itália (contra 78500 no mesmo período em 2016).

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Neste verão, 50 policiais extras apoiarão seus colegas nas fronteiras dos cantões do Ticino, Valais e Grisões. A medida foi anunciada pelos responsáveis das polícias cantonais na quinta-feira, 29 de junho.

O objetivo principal do exercício intercantonal - que é semelhante ao de eventos importantes como o Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos ou jogos internacionais de futebol - é aumentar o controle nas estações ferroviárias e rodovias. Mas o controle das fronteiras continuará sendo o dever dos guardas fronteiriços especializados.

Já no ano passado, as autoridades prepararam um plano de emergência que prevê a implantação do exército nas fronteiras. Isso só aconteceria durante uma emergência, se mais de 30 mil imigrantes ilegais atravessassem as fronteiras em poucos dias - um cenário que nunca aconteceu.

Para ajudar a aliviar a pressão migratória nos países do sul da Europa, a Suíça não descartou o financiamento de projetos específicos. Isso aconteceria com a contribuição suíça para o alargamento a leste da União Europeia, informou o jornal Blick.

Na sequência de um primeiro “bilhão de coesão” para ajudar os novos Estados-Membros da UE na Europa Oriental, a UE está agora exigindo uma contribuição adicional da Suíça. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Georg Farago, disse ao Blick que o objetivo do governo era que qualquer outro pagamento "fortalecesse ainda mais os interesses da Suíça no contexto dos desafios atuais na Europa".

A ajuda a projetos de migração e formação poderia "diminuir os riscos", acrescentou. Segundo o Blick, o desemprego juvenil é particularmente elevado nos pontos de acesso dos refugiados no sul da Europa. A Suíça poderia “gastar dinheiro” em centros de inscrição e alojamento para refugiados na Itália ou na Grécia, sugeriu o jornal de língua alemã.

Sem lenço e sem documento

Nos primeiros cinco meses de 2017, os guardas fronteiriços do Ticino lidaram com 6726 imigrantes sem documentos, de acordo com o diário Corriere del Ticino, que cita algumas estatísticas aduaneiras.

São principalmente refugiados que pretendiam passar pela Suíça para chegar a outros países. Os que são capturados são mandados de volta à Itália, o primeiro país de chegada à Europa, como parte do acordo de readmissão.

No mesmo período de 2016, quando a rota dos Balcãs ainda estava aberta, 3374 clandestinos foram capturados pela polícia de fronteira.

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