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Conferência discute conflito israelo-palestino

Uma patrulha israelense em Jerusalém. Keystone

O Ministério suíço das Relações Exteriores (DFAE) organiza nesta segunda-feira, em Berna, uma conferência sobre o conflito entre israelenses e palestinos.

Este conteúdo foi publicado em 04. setembro 2004 minutos

Um ministro, antigos responsáveis políticos e pesquisadores do Oriente Médio, Europa e Estados Unidos discutem com diplomatas suíços.

«Depois do início da segunda Infifada (insurreição de pedras), em setembro de 2000, milhares de palestinos e israelenses morreram em operações militares e atentados, a maioria civís".

A constatação do Ministério suíço das Relações Exteriores (DFAE) não incita ao otimismo frente uma guerra que sequer tem nome.

No entanto, a chefe da diplomacia suíça, Micheline Calmy-Rey não perde uma ocosião de tentar reacender a chama da paz. É o caso da conferência desta segunda-feira, em Berna, capital suíça.

A diplomacia suíça quer submeter sua visão e sua atuação no Oriente Médio à sagacidade de personalidades como o americano Robert Malley, ex-conselheiro de Bill Clinton, dos ex-ministros israelenses Dan Meridor e Shulamit Aloni, do ministro palestino Qaddura Fares e de Marc Otte, representante da União Européia no processo de paz do Oriente Médio.

O direito humanitário

A conferência tem três temas. Um deles é o direito humanitário internacional. Seu cumprimimento está no centro da atuação diplomática suíça no Oriente Médio, uma tarefa imensa.

"Incontestavemente, o direito humanitário teve um recuo sem precedentes depois do início da segunda Infifada, em setembro de 2000", sublinha Pascal de Crousaz, um dos suíços que conhece melhor o Oriente Mêdio.

"As populações civis dos dois lados são tomadas como alvos pelos beligerantes", lembra o especialista. "Além disso, as multiplicação dos pontos de controle provoca atritos e abusos freqüentes, como reconheceu recentemente um relatório publicado pelo exército israelense".

Sob as bombas, o diálogo

Mas o conflito persistente não impede o lançamento de iniciativas locais de paz, segundo tema da conferência. A mais conhecida foi a Iniciativa de Genebra, apoiada financeiramente pela Suíça.

"A iniciativa de Genebra é o plano mais criativo, preciso, concluído e rasoável para resolver o conflito", afirma Pascal de Crousaz. Mas ele realça que, "a curto prazo, ela não qualquer chance de se tornar realidade porque é rejeitada pelo governo Sharon, pela oposição trabalhista e pelos Estados Unidos".

Outros projetos da sociedade civil estão se realizando como a "iniciativa voz do povo", lançada pelo israelense Ami Ayalon e pelo palestino Sari Nusseibeh, professor da Universidade Al Quds, em Jerusalém.

Algumas das personalidades presentes à conferência de Berna estão justamente implicadas nessas iniciativas. "Fazer o máximo de barulho em torno dessas idéias, estimular o debate dentro das sociedades afetadas são os melhores meios de prepara o terreno, amadurecer os espíritos para uma evolução diplomática", afrima Pascal de Crousaz.

A diplomacia é o terceiro tema da conferência organizada pelo DFAE.

Pouca margem de manobra

A conferência de Berna ocorre num contexto bem particular, lembra o especialista suíço: "a adoção pelo governo israelense do plano de retirada da Faixa de Gaza, a ser concluida no ano que vem, é uma primeira etapa positiva".

"A condição, conclui o especialista suíço, que a comunidade internacional exera pressões para que o plano apoiado por Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU seja cumprido integralmente".

swissinfo, Frédéric Burnand à Genève
tradução, Claudinê Gonçalves

Fatos

A Suíça apoia a solução de dois Estados (criação de um Estado palestino) prevista pelo plano dos Estados Unidos.
A Suíça pede a retirada de Israel dos territórios ocupados.
Ela incita as duas partes em conflito a respeitarem o direito internacional humanitário.

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Breves

- A Suíça dá apoio financeiro e logístico à Iniciativa de Genebra.

- Colabora com Ongs israelenses e palestinas que estimular o diálogo.

- Financia organizações internacionais que fornecem ajuda humanitária ao Oriente Médio.

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