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Computadores para lutar contra a malária

O parasita da malária é transmitido pela fêmea do mosquito Anophèles. CDC

Dois mil computadores particulares participam de um projeto suíço destinado a desenvolver novas estratégias de luta contra o paludismo.

Este conteúdo foi publicado em 18. julho 2006 minutos

O Instituto Tropical de Basiléia usa a capacidade "ociosa" de computadores privados para criar modelos de propagação dessa doença que mata mais de um milhão de pessoas por ano.

Denominado MalariaControl.net, esse projeto resulta de uma parceria – Africa@home - entre o Instituto Tropical Suíço (ITS), a Universidade de Genebra, o CERN (Centro Europeu para Pesquisa Nuclear) e duas organizações não governamentais: a Conferência Internacional dos Voluntários (ICV) e Informáticos Sem Fronteiras (ISF).

Os estudos preliminares começaram em novembro passado em Basiléia (noroeste da Suíça) com 40 computadores para criar um modelo de propagação da malária na África. Ao multiplicar as simulações, os pesquisadores querem compreender melhor os efeitos de novos tratamentos e aumentar sua eficácia.

Ajudar não custa nada

Como o programa requer bastante capacidade em informática e os recursos dos pesquisadores são limitados, a idéia consiste em utilizar o potencial "ocioso" dos computadores particulares.

Os voluntários podem baixar gratuitamente o programa que faz cálculos automaticamente durante as atividades habituais do dono do computador. Os resultados são enviados periodicamente a um servidor da Universidade de Genebra onde trabalham os pesquisadores.

"Há muita gente disposta a colaborar voluntariamente. Estamos muito satisfeitos com as respostas obtidas", calara Nicolas Maire, pesquisador no ITS.

Um projeto de três anos

Atualmente, mais de 2 mil pessoas participam do proejto, explicou François Grey, do CERN. É mais do que o previsto no estágio atual desse projeto de três anos.

Segundo Nicolas Maire, até 300 pessoas por dia se inscrevem para participar mas ele acha que as necessidades do projeto vão aumentar com o tempo. "Existe um potencal enorme graças a esse programa associado ao cálculo voluntário", precisou ele a swissinfo.

"Ainda há muita capacidade não utilizada. Centenas de milhões de computadores são conectados em permanência à internet mas a maioria é por tarefas que exigem muito pouca capacidade de memória".

Se há sempre o risco de vírus no computador ao baixar programas, François Grey sublinha que nenhumm caso grave foi assinalado até agora.

Por outro lado, Nicolas Maire acrescenta que os pesquisadores não têm acesso aos dados pessoais dos voluntários, porque o computador é conectado ao servidor da Universidade de Genebra.

swissinfo

Fatos

90% das vítimas do paludismo estão na África Sub-Saariana.
Por ano, há pelo menos 300 milhões de casos de paludismo provocando a morte de mais de um milhão de pessoas.
Por ano, a doença causa perdas de 15 bilhões de dólares ao Produto Interno Bruto (PIB) dos países mas afetados.

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Breves

- O Instituto Tropical de Basiléia não é o primeiro a recorrer ao potencial dos computadores privados.

- A potência de cálculo constituída por uma rede de usuários particulares é utilizada em várias circunstâncias como na pesquisa sobre o câncer.

- O projeto mais conhecido é o programa SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence), que estuda dados coletados pelo maior radiotelescópio do mundo, em Arecibo (Porto Rico) para encontrar traços de uma eventual civilização extra-terrestre.

- Mais de 3 milhões de pessoas em 226 países participam do SETI, gerido pela Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos.

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