Certificado suíço de vacinação contra Covid vira exigência
A partir de 13 de setembro o certificado de vacinação contra Covid será exigido para entrar em muitos lugares na Suíça. Porém documentos de pessoas vacinadas com AstraZeneca, Sputnik ou Sinopharm não são reconhecidos.
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Muitos já temiam essa situação: "Vamos ter uma sociedade de duas classes", criticou um dos afetados. Franz Muheim vive na Escócia, se vacinou com AstraZeneca e atualmente encontra-se na Suíça.
Há milhares de pessoas na mesma situação, duplamente vacinadas e hoje vivendo Suíça. Porém a Suíça não reconhece seus certificados. A partir de 13 de setembro sua vida ficará mais complicada, pois terão de pagar pelos testes para poder participar da vida pública: só quem tem um certificado válido pode entrar em restaurantes, cinemas ou academias de ginástica.
Os certificados das pessoas que se vacinaram com as seguintes vacinas não são reconhecidos na Suíça:
- AstraZeneca (aplicada em 181 países)
- Sinovac (39 países)
- Sputnik (70 países)
- Sinopharm (65 países)
O problema é discutido há semanas. Por um lado, a Organização dos Suíços e Suíças do Estrangeiro (OSE) pediu ao governo que reconhecesse todas as vacinas reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao mesmo tempo, a Suíça Turismo, organização oficial, considera que o não reconhecimento cria um problema para o setor.
Solução para AstraZeneca
Mas nada aconteceu durante o verão. O Departamento Federal de Saúde Pública (BAG) anunciou nesta semana que o certificado seria obrigatório a partir de 13 de setembro. Ao final do anúncio diz: todas vacinados com uma vacina aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) devem poder obter um certificado suíço, o "Swiss Covid". Concretamente, isto significa que as pessoas vacinadas com AstraZeneca provavelmente receberão um certificado a médio prazo. Mas quando ainda não está claro quando. Os cantões têm até a próxima terça-feira para emitir sua opinião sobre a questão.
Por outro lado, quem recebeu uma vacina chinesa ou russa será considerado não vacinado, com todas as desvantagens associadas. "O acesso ao certificado não deve ser estendido a todas as vacinas da OMS", reforça o BAG.
Ariane Rustichelli, diretora da OSE, opina. "Ela vai na direção correta, mas vamos continuar insistindo". O governo federal ainda não respondeu à questão enviada pela organização que representa os suíços do estrangeiro.
Representantes do setor do turismo alertam que muitos turistas não poderão entrar nos restaurantes ou serem obrigados a se testar permanentemente.
Andreas Züllig, presidente da Hotelleriesuisse, diz ao jornal "Blick": "Turistas da China, dos países do Golfo e Índia, muito importantes para o turismo no país, terão problemas.
O deputado-federal Laurent Wehrli e membro do conselho da OSE, pretende levar a questão à sessão de outono do Parlamento, mas espera que o governo anuncie a lista de vacinas a serem reconhecidas na próxima quarta-feira.
Em sintonia com a UE
Já Nicolo Paganini, presidente da Federação Suíça de Turismo e parlamentar, se abstém. "Você perde muito tempo com uma moção", diz à SWI swissinfo.ch, acrescentando que o problema pode ser resolvido mais rapidamente.
Paganini vê um ponto de fricção na relação da Suíça com a União Europeia. Para o país, e o setor de turismo, o reconhecimento do certificado suíço na UE é importante. "Não queremos colocar isso em riso", diz. É por isso existe o receio de reconhecer unilateralmente vacinas que não estão na lista da UE. "Entretanto, ainda são necessárias melhorias", reforça Paganini. A Federação Suíça de Turismo continua em conversação com as autoridades.
Adaptação: Alexander Thoele

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