Condenado e posteriormente absolvido no caso do "assalto do século" em Genebra, Sebastião Hoyos, 66 anos, continua lutando "pela verdade e pela justiça". Ele foi indenizado pelo Estado e agora entra na justiça civil contra o UBS, que o empregava.

"Lutar pela verdade e pela justiça me ajuda a viver", afirma Sebastião Hoyos, 66 anos, paraense radicado em Genebra. Ele era um cidadão comum até o domingo 25 de maio de 1990, quando uma agência do União de Bancos Suíços (UBS) foi assaltada, durante o dia, no centro de Genebra.

31 milhões de francos suíços foram roubados e até agora o dinheiro não apareceu. Há anos que Hoyos era segurança no UBS e estava de serviço no dia do assalto. Ele foi preso e condenado a 7 anos e meio de prisão, por cumplicidade.

Cumpriu 4 anos de meio (1.381 dias, lembra ele) até que o Supremo Tribunal suíço anule o julgamento por vícios processuais. No segundo julgamento, Sebastião Hoyos foi absolvido.

"Tenho grande respeito pela Justiça mas tive o azar de cair nas mãos de certos juízes que defendiam outros interesses", afirmou Hoyos ao jornal Le Matin, de Lausanne.

Em ação movida contra o estado de Genebra por perdas e danos, devido o tempo que passou indevidamente na prisão, Hoyos recebeu 150 mil francos de indenização.

Com o UBS que o empregava, não houve acordo, e Hoyos agora vai processar o banco, pedindo 800 mil francos de indenização na justiça civil. O cálculo é simples: ele ganhava 83 mil francos por ano e foi demitido depois do assalto. São 10 anos de salários que le deixou de receber.

Se ganhar o processo, ele promete doar o dinheiro a quem precisa. "Nunca tive dinheiro em toda minha vida. A verdade e a justiça é o conta para mim".

swissinfo com agências.

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