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Justiça peruana investiga escritórios e clínicas por 'Vacinagate'

Enfermeira prepara dose da vacina contra a covid-19 da chinesa Sinopharm em centro de imunização em Ate, distrito de Lima, 19 de fevereiro de 2021 afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 19. fevereiro 2021 - 23:23
(AFP)

Procuradores e policiais peruanos fizeram batidas nesta sexta-feira (19) em escritórios do Ministério da Saúde e duas clínicas universitárias como parte das investigações pela vacinação antecipada irregularmente contra a covid-19 de quase 500 funcionários, incluindo o ex-presidente Martín Vizcarra.

"Promotoria Especializada em Corrupção de Funcionários Lima Norte iniciou diligências preliminares contra os responsáveis dos supostos crimes contra a administração pública pelo uso das vacinas do laboratório", manifestou-se o Ministério Público pelo Twitter.

As batidas, ordenadas pelo procurador provincial Marco Carrasco, incluíram escritórios do Ministério da Saúde, do Instituto Nacional da Saúde e da Direção Geral de Medicamentos, segundo a imprensa local.

Também foram feitas batidas em clínicas das universidades Cayetano Heredia (privada) e San Marcos (pública), que conduziram o ensaio clínico da vacina chinesa Sinopharm no Peru. Doses deste fármaco foram usadas nas vacinações irregulares.

Os procuradores, acompanhados por policiais, buscavam informação sobre a vacinação irregular de 487 pessoas, entre elas o ex-presidente Vizcarra, duas ministras e o núncio do Vaticano, segundo a lista oficial.

As autoridades disseram que 122 funcionários públicos constam da lista do escândalo "Vacinagate", 16 deles do atual governo e que foram afastados de seus cargos.

Os 487 receberam algumas das 3.200 doses extras que o grupo farmacêutico chinês Sinopharm entregou para o pessoal encarregado do ensaio da vacina, que compreendia 12.000 voluntários peruanos.

"A maioria das vacinações ocorreu entre setembro e outubro", durante o governo de Vizcarra, disse na quinta-feira o presidente interino peruano, Francisco Sagasti.

Isto significaria que a maioria se imunizou antes de a vacina de a Sinopharm ter recebido luz verde no Peru em 31 de dezembro.

A chanceler Elizabeth Astete e a ministra da Saúde, Pilar Mazzetti, se vacinaram em janeiro, segundo o governo, mas antes do início oficial da campanha de imunização, em 9 de fevereiro. Ambas renunciaram.

O chefe do ensaio clínico no Peru, o médico Germán Málaga, testemunhou nesta terça-feira ante o Congresso, mas não conseguiu dissipar as dúvidas sobre o critério que usou para autorizar a imunização das 487 pessoas, entre as quais há uma dezena de empresários e seus familiares.

O país, com 33 milhões de habitantes, registra 44.489 óbitos pela covid-19 e 1,26 milhão de casos confirmados.

Até esta sexta-feira, tinham sido vacinados 133.000 trabalhadores de saúde peruanos, segundo dados oficiais.

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