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Dois candidatos à presidência afegã acertam formar governo de união

(7 ago) Ashraf Ghani (e) e John Kerry reúnem-se em Cabul afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 08. agosto 2014 - 12:32
(AFP)

Os candidatos à presidência do Afeganistão assinaram um acordo nesta sexta-feira para formar um governo de unidade nacional, aparentemente abrindo caminho para combater a ameaça de conflitos étnicos que vieram à tona após as suspeitas de fraude nas eleições de 14 de junho.

Durante uma visita a Cabul do secretário americano de Estado, John Kerry, os dois candidatos, Ashraf Ghani e Abdullah Abullah, se comprometeram a trabalhar juntos independentemente de quem for o vencedor do segundo turno das eleições de 14 de junho, submetida atualmente a uma auditoria após denúncias de fraude.

O risco de uma espiral de instabilidade gera apreensão no país, desde que Abdullah se recusou a aceitar os resultados preliminares que informavam a vantagem de Ghani, acusando seu rival de fraudar as eleições.

John Kerry visitou Cabul para mediar o impasse e elogiou o acordo como um avanço importante para salvar o Afeganistão do caos político.

Um acordo intermediado por Kerry no mês passado foi frustrado devido a divergências entre os candidatos, e resta saber se desta vez os eleitores aceitarão o novo pacto.

"Hoje demos mais um passo no sentido de fortalecer a unidade nacional e trazer esperança de um futuro melhor para o povo do Afeganistão", disse Abdullah, ao lado de Ghani e de Kerry.

"Estamos empenhados em trabalhar em conjunto com base na visão que compartilhamos para o futuro do nosso país", completou.

O texto considera que o Afeganistão passa por "um dos períodos mais politicamente sensíveis de sua história" devido ao resultado contestado de uma eleição que deve representar a primeira transferência democrática de poder do país.

"Confiamos um no outro e vamos trabalhar juntos para cumprir este dever. Asseguramos a formação de um governo de unidade nacional. O que nos une é muito maior do que o que nos dividiu durante a campanha. Chegamos a um acordo e assinamos um comunicado de cooperação futura", garantiu Ghani

Corrida contra o tempo

O acordo também determina que ambos os lados concordem que o sucessor do atual presidente, Hamid Karzai, seja tome posse antes do final deste mês.

O prazo foi uma das principais exigências de John Kerry, que havia chamado a atenção dos candidatos sobre a importância de o Afeganistão ter um novo presidente antes de uma cúpula da Otan, na Grã-Bretanha, nos dias 4 e 5 de setembro.

A reunião pretende aprovar uma missão da Otan de "treinamento e assessoria" no país, liderada pelos Estados Unidos, quando todas as tropas estrangeiras já terão se retirado, o que está previsto para ocorrer até dezembro.

Mas os países-membros têm sido relutantes em assumir compromissos importantes se o Afeganistão não concluir as eleições, um objetivo-chave do enorme esforço militar e de ajuda internacional desde 2001.

"Um destes homens vai ser presidente, mas ambos serão cruciais para o futuro do Afeganistão. Essa auditoria não é simplesmente para determinar o vencedor. Trata-se de oferecer o resultado confiável que o povo afegão merece", disse Kerry

Karzai, que é presidente desde que o regime talibã foi deposto, em 2001, também pediu que a transição do poder ocorra dentro de poucas semanas, dizendo que a incerteza tem prejudicado a economia e a segurança do país, que já são frágeis.

Insurgentes do Talibã realizaram novas operações no sul e no leste do Afeganistão nos últimos meses, e a violência tem aumentado em todo o país, de acordo com vários relatórios independentes

O número de tropas estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos caiu do pico de 150 mil, em 2012, para as atuais 44.300, e as operações de combate da Otan estão sendo reduzidas, depois de 13 anos de luta em que o Talibã não foi derrotado.

As nações ocidentais que enviaram tropas e bilhões de dólares de ajuda ao Afeganistão desde 2001 têm esperança de que um resultado confiável para as eleições será um legado emblemático dos progressos realizados desde o fim da era talibã.

Os perigos de uma intervenção militar internacional foram relembrados nesta semana, quando um soldado afegão matou um general norte-americano em um centro de treinamento militar em Cabul e feriu outros, dentre os quais estava um oficial alemão.

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