A "fórmula mágica" sacudida, permanece
Na Suíça, a fórmula de repartição do poder executivo, qualificada de "mágica", foi contestada pela 1a. vez em 40 anos, com um dos partidos da "coalizão" reivindicando um segundo posto no governo. Mas comentada reeleição do executivo, não a mudou.
Quarta-feira, pela primeira vez em 40 anos na Suíça - desde que em 1959 foi introduzida a "fórmula mágica" de repartição de governo entre os 4 maiores partidos -houve suspense sobre a reeleição dos 7 membros do poder executivo, um evento que ocorre de 4 em 4 anos. Essa cerimônia que geralmente não passa de uma formalidade foi precedida de muita especulação e interesse desde que um dos 4 partidos da "coalizão governamental" - o SVP, Partido Popular Suíço, de direita - começou a reivindicar um segundo posto no governo. A reivindicação do SVP era respaldada pelos resultados das eleições legislativas de 24 de outubro que o transformou na terceira maior força política no Parlamento, deixando em quarta posição os democrata-cristãos que têm dois representantes no governo.
Mas surgiram vários problemas para atender à reivindicação:
- nenhum ministro integrante do executivo era demissionário;
- o SVP quis derrubar um dos 2 socialistas no governo, ou seja o único partido representante da esquerda no executivo e não os democrata-cristãos.
- o candidato do SVP, Christoph Blocher, líder inconteste de seu partido é uma figura contestada que defende idéias difíceis de conciliar no executivo, como o isolacionismo da Suíça em relação à Europa.
Diante desse quatro, 3 dos 4 partidos (radical, socialista e democrata-cristão) concordaram em manter tal qual o atual governo. Não houve portanto nenhum transtorno nessa eleição. A "formula mágica" foi sacudida mas se manteve.
Note-se que os membros do executivo devem ser eleitos ou reeleitos de 4 em 4 anos pelo Parlamento suíço que inclui 200 deputados e 46 senadores (2 para cada estado da confederação suíça). Para ser eleito, cada ministro (chamado de conselheiro federal na Suíça) deve receber a maioria absoluta (metade mais 1 dos votantes presentes).
Resultados:
- Adolf Ogi (Defesa) 191 (maioria 115)
- Kaspar Villiger (Finanças) 187 (117)
- Ruth Dreifuss (Interior, Saude, Educação) 148 (118)
- Moritz Leuenberger (Transportes, Comunicações e Energia) 154 (118)
- Pascal Couchepin (Economia) 124 (113)
- Ruth Metzler (Justiça e Polícia) 148 (116)
- Joseph Deiss (Relações Exteriores) 173 (115)
Posto importante que estava vacante e foi preenchido é o de Chanceler da Confederação, às vezes chamado de 8° ministro porque se encarrega de coordenar a política governamental. Na vaga de François Couchepin entrou Annemarie Huber, outro membro do partido radical, como Couchepin. Quanto aos presidente e vice presidente da Suíça no ano 2000, eles serão Adolf Ogi e Moritz Leuenberger, respectivamente. Esses cargos são exercidos em rodízio por período de apenas um ano. (gb)

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