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Madeleine Weiss: "Eu amo a vida na Indonésia"

Madeleine Weiss, de 31 anos, mudou-se para Yogyakarta com seu marido indonésio e os dois filhos. A rádio jornalista e professora de alemão como língua estrangeira ama a vida sem complicações, em um lugar que onde só há uma estação do ano.

Este conteúdo foi publicado em 21. dezembro 2017 minutos
swissinfo.ch (entrevista realizada por escrito)
Madeleine Weiss com um cesto tradicional, utilizado na Indonésia geralmente para secar temperos ou pimenta. zVg

swissinfo.ch: Quando e por que você saiu da Suíça? Você está planejando voltar para a Suíça novamente?

Madeleine Weiss: Em 30 de junho de 2015, nós - meu marido, eu e os nossos dois filhos pequenos, um com apenas três anos, e o outro com 22 meses de idade na época – embarcamos, com quatro malas, em um avião para a Indonésia. Não tínhamos muito conosco. Onde, como e o que exatamente viveríamos, ainda não estava claro naquele momento. Mas estávamos cheios de energia e de boa vontade, e sedentos de aventuras.

Queríamos ficar por dois anos no país do meu marido. Para viver, amar - e mostrar aos nossos filhos como a vida cotidiana em sua segunda pátria é, longe da protegida Suíça. Esse era nosso plano, até então.

Entretanto, os dois anos já se passaram e ainda estamos na Indonésia! Ainda estamos planejando voltar para a Suíça, mas quando exatamente isso acontecerá, está escrito nas estrelas.

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swissinfo.ch: Que trabalho você exerce? Como aconteceu, como está indo?

M.W.: Nós administramos um homestay. Quer dizer, nós alugamos um quarto em nossa casa, na cidade javanesa de Yogyakarta. Toda semana recebemos viajantes de todo o mundo.

O meu marido é o motorista dos convidados, ele busca e leva-os a onde eles gostariam de ir. Ele trabalha como um guia turístico pela área. Enquanto isso, eu cuido de crianças, da casa e do jardim e faço, além disso, mil outras coisas.

Entre elas estão: ensinar alemão em uma escola de idiomas em Yogyakarta, escrever colunas e enviar iguarias indonésias quatro vezes por ano para a Suíça. Acabei de traduzir um livro de receitas indonésias para o alemão.

swissinfo.ch: Atualmente você vive onde exatamente? Como é a vida lá?

M.W.: Moro ao lado de um campo de arroz, nos arredores da cidade de Yogyakarta - para não confundir com a grande capital cinzenta Jacarta. Yogyakarta é muito menor, mais verde, parece uma aldeia - aqui tudo se passa geralmente mais devagar.

A vida cotidiana em Yogyakarta é marcada por muitas antigas tradições javanesas, por um lado; por outro lado, a média de pessoas jovens que vivem em nossa cidade, devido às muitas boas universidades conhecidas, é bem maior do que no resto do país. Isso faz da cidade um lugar criativo e animado, onde o antigo e o novo se misturam maravilhosamente. Eu amo a vida aqui!

Madeleine Weiss com seu marido Ari e os dois filhos em um táxi. zVg

swissinfo.ch: Como é a culinária lá?

M.W.: Muito diferente da culinária Suíça! Não há produtos lácteos, e quando há, são muito caros. Para um pedaço de queijo Gruyère (há de vez em quando em supermercados muito grandes, com sortimento de produtos internacionais), é bem comum pagar dez francos. Isso é muito, para quem ganha um salário médio mensal indonésio de 100 francos.

O queijo é, portanto, escasso - às vezes eu sonho durante o dia ou à noite com as prateleiras de metros de comprimento no Migros ou Coop, onde uma variedade enorme de queijos se aglomera... e sorrio para mim mesma. ;-)

swissinfo.ch: O que é mais atraente na Indonésia do que na Suíça? Qual é a maior diferença em relação à Suíça?

M.W.: Claro que não temos as quatro estações do ano, como na Suíça. Na verdade, é quente durante o ano todo. Às vezes chove, mas mesmo assim ainda é quente.

Embora eu nunca tenha estado entre as pessoas que por causa do clima desejavam emigrar para um país tropical, eu realmente aprecio esse fato. Isso torna a vida muito menos complicada.

Aqui se necessita de muito menos roupas. Então eu divido com meu marido um pequeno armário com uma prateleira pequena e estreita, e isso é o suficiente. Afinal, não precisamos de jaquetas, meias ou blusas grossas aqui na Indonésia. Essa redução é para mim um luxo, que eu relutarei em deixar.

Madeleine Weiss (centro), sua família e vizinhos. zVg

swissinfo.ch: Como você vê da Suíça de longe?

M.W.: Suíça para mim significa lar. É da lá que eu venho. Ali moram meus pais, minhas irmãs, meus amigos. É por isso que eu amo a Suíça, e sinto sua falta de vez em quando.

O que mais gosto da Suíça são os rios e lagos limpos, onde você pode mergulhar no verão. Em algum lugar no meio do nada, ou no meio da cidade. O que eu não daria para poder me banhar nos rios de Yogyakarta. Mas isso é simplesmente impensável, devido aos dejetos que são descartados diariamente ali.

swissinfo.ch: Qual é a situação política na Indonésia? Você se interessa pela política no país que vive?

M.W.: Sim, eu me interesse pela política na Indonésia. Eu gosto de ouvir as notícias pelo rádio. As vezes o meu indonésio não é suficiente e então peço ao meu marido que me explique mais exatamente.

O que mais me fascina sobre a Indonésia é esse patriotismo saudável, que os indonésios carregam dentro de si. Na Suíça, eu dificilmente penduraria uma bandeira suíça no dia 1o. de agosto na frente da casa - na Indonésia eu faço isso - aqui todos fazem. Você comemora orgulhosamente o aniversário da nação um com o outro, você joga, faz torneios e aproveita o fato de estar junto com outros.

Madeleine Weiss e seu filho na lambreta. zVg

swissinfo.ch: Você participa de eleições e votações suíças? Por carta ou e-voto?

M.W.: É importante para mim que eu também possa participar das eleições e referendos atuais na Suíça, como cidadã suíça que mora no exterior. Infelizmente, o envelope de votação geralmente chega tão tarde que não há tempo suficiente para enviá-lo de volta à Suíça, a tempo de votar para a eleição dominical. Isso é uma pena. Espero poder votar em breve pelo voto eletrônico.

swissinfo.ch: Do que você mais sente falta da Suíça?

MW: No verão, os dias longos e o banho em lagos cristalinos. No outono, beber um Sausers fresco (suco fermentado – o primeiro do ano - de uvas escuras) e as florestas coloridas. No inverno, o silêncio lá fora, quando neva, e o edredom fofinho. Na primavera o ar fresco e a floração exuberante das árvores frutíferas.

A região de Yogyakarta tem muitos templos. zVg

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As opiniões manifestadas neste artigo, dentre outros sobre o país de acolho e sua política, são pessoais e não correspondem às posições da plataforma de informaões swissinfo.ch.

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