Os americanos imediatamente pediram desculpas pelas bombas e indenizaram a cidade. No entanto, a reparação provocou controvérsia no Congresso dos EUA: os deputados reclamaram que a Suíça tinha se beneficiado pela segunda vez de uma guerra sem ter que se banhar em sangue. (Milo Steiner / RDB) Rdb/milou Steiner
No sábado, 1 de abril de 1944, o céu estava azul, a visibilidade clara e uma leve brisa soprando. Muitas pessoas correram para as ruas e olharam para o céu para contar os aviões em vez de irem para os abrigos antiaéreos. (Milo Steiner / RDB) Rdb/milou Steiner
Em 1º de abril de 1944, a cidade de Schaffhausen e seu entorno foram alvo de ataques aéreos americanos por erro de navegação. Depois que esquadrões de bombardeiros Liberator lançaram pelo menos 371 bombas incendiárias e explosivos na cidade perto da fronteira alemã, vários grandes incêndios eclodiram. (Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter / Keystone) Keystone / Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter
Bombeiros e soldados da defesa aérea em ação. Para os feridos, havia apenas uma ambulância disponível. A maioria das vítimas foi levada nos braços para o hospital. Um motorista também transportou feridos em seu Topolino. (Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter / Keystone) Keystone / Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter
Desse prédio, no bairro industrial de Schaffhausen, sobrou só a chaminé. O bombardeio deixou uma "bagunça horrível", conforme um comandante da defesa aérea. "Havia pessoas que tiveram suas cabeças arrancadas e só se via a base da espinha a partir do pescoço." Isso o deixou incrivelmente revoltado com os pilotos. (Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter / Keystone) Keystone / Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter
Moradores da vila de Feuerthalen salvam seus pertences do fogo. Ao bombardeio, seguiram diversos incêndios pela região (Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter / Keystone) Keystone / Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter
A Defesa Civil teve de limpar os escombros com pás e picaretas. Foto de 4 de abril de 1944. (Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter / Keystone) Keystone / Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter
Soldados da defesa aérea limparam os destroços da estação ferroviária destruída de Schaffhausen em abril. (Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter / Keystone) Keystone / Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter
Emil Busenhart no hospital cantonal de Schaffhausen, em 4 de abril de 1944. Ele foi gravemente ferido no bombardeio de Schaffhausen por cacos e fragmentos de vidro. Muitos dos quase 400 feridos sofreram ferimentos graves. O primeiro paciente a ser internado foi um menino que teve sua perna arrancada por uma bomba (Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter / Keystone) Keystone / Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter
Em 4 de abril, a fumaça ainda subia dos escombros do clube católico em Schaffhausen. (Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter / Keystone) Keystone / Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter
As vítimas do bombardeio foram enterradas no dia 4 de abril de 1944 em uma cerimônia coletiva no cemitério Waldfriedhof de Schaffhausen. Meses depois, quando um emissário do presidente americano Franklin D. Roosevelt veio colocar uma coroa de flores nas sepulturas como um pedido de desculpas, ele mesmo testemunhou aviões americanos lançando bombas nas cidades de Stein am Rhein, Neuhausen am Rheinfall e Rafz. (Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter / Keystone) Keystone / Walter Scheiwiller, Milou Steiner, Eugen Suter
Durante a Segunda Guerra Mundial, os aliados acidentalmente bombardearam repetidamente alvos suíços. Hoje faz 75 anos do erro de alvo mais grave, quando a força aérea dos EUA lançou quase 400 bombas incendiárias e explosivos sobre Schaffhausen, destruindo uma enorme área da cidade fronteiriça suíça.
Este conteúdo foi publicado em 01. abril 2019 minutos
Em 1° de abril de 1944, um esquadrão de bombardeiros dos EUA partiu da Grã-Bretanha com o objetivo de atacar a cidade alemã de Ludwigshafen. Apesar da visibilidade clara, os pilotos se perderam porque a ainda nova tecnologia de radares falhou. Eles acabaram descarregando 371 bombas sobre Schaffhausen, confundida com uma cidade alemã.
Kai Reusser / swissinfo.ch
Resultado: 47 a 60 vítimas mortais (estimativas variam) e centenas de feridos. Quase 500 pessoas ficaram desabrigadas e alguns milhares perderam seus empregos, pois as fábricas haviam sido destruídas. A cidade ficou em ruínas.
Teoria conspiratória: foi intencional?
O mais trágico é que a população de Schaffhausers já estava acostumada com o vai e vem dos aviões aliados sobre a Suíça. Em vez de fugir para os abrigos antiaéreos, saíram despreocupados à rua e ergueram os olhos para o céu.
Die Bevölkerung malte Schweizer Kreuze auf die Hausdächer, in der Hoffnung, das würde sie vor Bombenangriffen schützen. Photopress-Archiv
Por muitos anos depois circulou o rumor de que os aliados quiseram punir a Suíça por causa de uma fábrica de Schaffhausen que fornecia bens industriais para a Alemanha nazista. Mas hoje a evidência histórica não deixa mais dúvidas: foi mesmo um acidente. Os EUA pagaram uma compensação a Schaffhausen ainda durante a guerra.
Ignorância mortal dos americanos
Para proteger-se contra tais mal-entendidos, depois deste bombardeio, a população pintou grandes cruzes suíças nos telhados.
Mas os americanos nem sempre compreenderam o significado do símbolo, como mostra por exemplo o bombardeio da cidade suíça de Stein am Rhein. Mais tarde, ficou-se sabendo que o comandante do bombardeiro escreveu no seu relatório que, durante o bombardeio da cidade alemã de Ebingen (na verdade, Stein am Rhein) ele havia reparado quadrados vermelhos pintados nos telhados com grandes cruzes brancas. "O que são eles?", indagou ele no relatório. Como muitos pilotos americanos, ele não conhecia a bandeira suíça.
Os aliados bombardearam a Suíça Link externopor engano cerca de 70 vezes durante a Segunda Guerra Mundial. As bombas atingiram, entre outras, Zurique, Basileia, Schaffhausen, Stein am Rhein e pequenas cidades em vários cantões.
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