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"A opinião e a outra opinião"

Mhamed Krichene está na Suíça para encontros com a imrprensa, a convite da Swissinfo swissinfo.ch

O lema da tv Al-Jazira está sendo mantido depois dos atentados nos EUA e na cobertura do Afeganistão. A tv do Catar tornou-se conhecida mundialmente e um dos apresentadores explicou a Swissinfo os bastidores da tv preferida de Ben Laden.

Este conteúdo foi publicado em 06. novembro 2001 minutos

"Somos jornalistas formados no Ocidente e estamos trabalhando como a mídia ocidental. É só isso", afirma o jornalista tunisiano Mhamed Krichene, um dos apresentadores da Al Jazira, pequena televisão do Catar que ganhou notoriedade mundial por ser a única presente no Afeganistão.

CNN árabe

Krichene está na Suíça participando de encontros com jornalistas para explicar como funciona a Al Jazira, primeira televisão a admitir a diversidade de opiniões no mundo árabe habituado a uma imprensa oficial, com raras exceções.

"A comparação com a CNN nos orgulha", afirma Krichene. A Al-Jazira também divulga informação 24 hs por dia, mas com recursos mais modestos: orçamento anual de US 35 milhões e 60 jornalistas na redação em Doha, capital do Catar, e correspondentes em vários países árabes e nas principais capitais ocidentais.

Criada em 1996 pelo emir do Catar, a Al Jazira já era conhecida no mundo árabe mas ganhou notoriedade mundial devido a presença, por acaso, no Afeganistão, onde tem dois escritórios, em Cabul e Kandahar. "A CNN também estava em Cabul, mas fechou a sucursal por razões de rentabilidade", afirma o jornalista da Al Jazira. "Nós também íamos sair de lá mas resolvemos ficar depois dos atentados nos EUA", acrescenta.

Ocidente quer imagens de Ben Laden mas não das vítimas

A Al Jazira está habituada a sofrer pressões de governos árabes mas agora está sendo pressionada por países ocidentais, principalmente os Estados Unidos. "O problema é que os Estados Unidos estão numa guerra onde não têm o controle absoluto da mídia", afirma Krichene.

As imagens da primeira intervenção de Ben Laden, no dia em que começaram os bombardeios do Afeganistão, "foram solicitadas por quase todas as tvs ocidentais", segundo Krichene. No entanto, as imagens das vítimas dos bombardeios "são menos solicitadas e colocadas em dúvida", queixa-se o jornalista da Al Jazira (a ilha, em árabe).

Quanto aos dicursos de Ben Laden, Krichene afirma que o milionário saudita tem sua própria equipe de tv e as fitas são entregues, prontas, ao correspondente da Al Jazira em Cabul. "Passamos porque temos certeza que outros canais fariam o mesmo diante de uma material exclusivo", afirma Krichene. "Transmitimos também, ao vivo, as coletivas da Casa Branca e Departamento de Estado dos EUA como todas as outras tvs", acrescenta.

Os correspondentes da Al Jazira nos EUA estão sendo inclusive privilegiados, segundo Krichene. "Ninguém recusa entrevista e estamos inclusive aguardando resposta para uma entrevista com o presidente Bush", afirma o apresentador da
Al Jazira.

swissinfo/Claudinê Gonçalves

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